Notícia
ANJE considera redução do IVA insuficiente e diz que havia margem orçamental para mais
O presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) considerou hoje insuficiente a anunciada descida do IVA de 21 para 20 por cento, defendendo que os portugueses mereciam a reposição da taxa nos 19 por cento.
O presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) considerou hoje insuficiente a anunciada descida do IVA de 21 para 20 por cento, defendendo que os portugueses mereciam a reposição da taxa nos 19 por cento.
"Depois deste esforço todo parece que só temos direito a meia medalha", lamentou Armindo Monteiro, sustentando que o mesmo argumento que levou à subida do IVA de 19 para 21 por cento em 2005 - a ultrapassagem do limite de três por cento do défice - deveria, agora que o défice de 2007 se fixou nos 2,6 por cento, justificar o retorno à situação anterior.
O presidente da ANJE reagia, em declarações à agência Lusa, ao anúncio da descida do IVA de 21 para 20 por cento feito hoje pelo primeiro-ministro.
Falando em conferência de imprensa, após o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter divulgado um défice de 2,6 por cento em 2007, José Sócrates anunciou que a descida do IVA terá efeitos a partir de 01 de Julho e terá um impacto na redução da receita entre 225 a 250 milhões de euros este ano.
Anualmente, o seu impacto total será de 450 a 500 milhões de euros.
Recordando que, de 2006 para 2007, foi possível uma poupança orçamental de 2.000 milhões de euros, Armindo Monteiro defendeu que o Governo tem margem para uma maior redução do IVA.
Até porque, salientou, em Espanha a taxa máxima de IVA é de 16 por cento, quatro pontos percentuais abaixo dos 20 por cento em que agora se fixará este imposto em Portugal.
Para o presidente da ANJE, a descida do IVA não pode ser encarada com uma medida de estímulo à economia, já que não se traduz num "benefício directo" às empresas, mas apenas num incentivo ao consumo.
"E espero que não resulte apenas de questões eleitorais, relacionadas com sondagens", concluiu.