Norbert Barthle, porta-voz da chanceler alemã para os assuntos orçamentais, considera que a proposta que prevê que a Grécia recompre uma parte da sua dívida pública através de verbas do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) merece ponderação.

Barthle, numa entrevista telefónica à Bloomberg, adiantou que os deputados alemães apoiam esta exigência que prevê a participação dos privados num segundo pacote de ajuda à Grécia.

O porta-voz de Angela Merkel disse ainda que, a utilização de verbas do FEEF para a recompra, por parte da Grécia, da sua dívida pública com desconto pode satisfazer essa condição.De acordo com a mesma fonte, o responsável germânico reconheceu que pode haver quem duvide desta ideia, no entanto adianta, que esta proposta tem de ser posta à prova. “Há cépticos, em particular o Banco Central Europeu, mas nós temos de testar esta ideia” frisou.

O porta-voz de Merkel salientou: “claramente temos de ajudar a Grécia a entrar na trajectória orçamental correcta”, citado pela agência Bloomberg. Ontem, o porta-voz do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaueble, referiu que através dos fundos do FEEF, na teoria,” já é possível que um Estado receba dinheiro e o utilize para recomprar uma parte da sua dívida, normalmente com um desconto significativo”.

Já esta quarta-feira, Wolfgang Schaeuble, ministro das Finanças alemão, sublinhou que é praticamente consensual na Zona Euro que os investidores privados têm de participar numa nova ajuda a Atenas. Sendo que “a única questão em aberto é a arquitectura” que essa participação pode assumir, referiu o responsável através de um comunicado enviado por email e citado pela Bloomberg.

Contudo, Espanha já se demonstrou contra a participação dos privados no segundo pacote de ajuda à Grécia, o que tem gerado alguma instabilidade.