Notícia
Agricultores admitem racionar alimentos. Produtos básicos podem ficar 30% mais caros
"O stock de alguns produtos, como a farinha para massas, é tão reduzido que daqui a um ou dois meses podemos ter de fazer racionamentos como aconteceu nos anos 70", diz o presidente da CAP ao Expresso.
11 de Março de 2022 às 08:39
A guerra na Ucrânia está a deixar Portugal à beira de uma emergência alimentar, com os preços dos alimentos a dispararem. Segundo noticia esta sexta-feira o Expresso, não há memória de uma situação semelhante entre agricultores, produtores de carne, leite, pão e ovos ou industriais do setor alimentar. A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) já admite mesmo um racionamento.
"Estamos numa situação de emergência alimentar como não me lembro de se ter vivido", diz o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa ao semanário. "Assim, além de um aumento de preços, haverá carência de produtos, o que leva à especulação, que, por sua vez, leva a um novo aumento. É impossível saber até onde vai chegar a escalada", aponta. "O stock de alguns produtos, como a farinha para massas, é tão reduzido que daqui a um ou dois meses podemos ter de fazer racionamentos como aconteceu nos anos 70."
À seca e crise energética, juntou-se a guerra entre a Rússia e a Ucrânia (dois dos maiores fornecedores mundiais de cereais). A conjugação de fatores gerou uma subida descontrolada do custo de várias matérias-primas essenciais para a produção alimentar. Os preços de vários produtos básicos poderão disparar entre 20% e 30% já nos próximos dias. "As carências alimentares vão atingir um nível como há muitos anos não se via", avisa Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar contra a Fome, ao Expresso.
"Estamos numa situação de emergência alimentar como não me lembro de se ter vivido", diz o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa ao semanário. "Assim, além de um aumento de preços, haverá carência de produtos, o que leva à especulação, que, por sua vez, leva a um novo aumento. É impossível saber até onde vai chegar a escalada", aponta. "O stock de alguns produtos, como a farinha para massas, é tão reduzido que daqui a um ou dois meses podemos ter de fazer racionamentos como aconteceu nos anos 70."