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Acordos com China: Costa destaca investimentos industriais e científicos e exportações de bens alimentares

No plano financeiro, António Costa congratulou-se pelo facto de a agência de notação financeira chinesa ter passado a considerar como elegível a dívida portuguesa para emissões de dívida em yuans, o que permite "uma diversificação das fontes de financiamento da economia portuguesa".

reuters
05 de Dezembro de 2018 às 14:59
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O primeiro-ministro considerou hoje que a visita a Portugal do Presidente chinês teve resultados "concretos", destacando investimentos previstos no país em áreas industriais e científicas, e a abertura às exportações de carne de porco e uvas.

 

Este balanço do ponto de vista económico foi apresentado por António Costa após ter presidido em conjunto com o chefe de Estado chinês, Xi Jinping, à assinatura de 17 acordos bilaterais, no Palácio de Queluz, no concelho de Sintra.

 

Tendo ao seu lado Xi Jinping, e numa declaração sem direito a perguntas por parte dos jornalistas, António Costa salientou a ideia de que os acordos bilaterais, que momentos antes tinham sido assinados, envolveram não apenas os dois governos, mas também instituições universitárias, autarquias e empresas dos dois países.

 

Dos acordos assinados, o primeiro-ministro português começou por se referir ao memorando de entendimento para a participação de Portugal na chamada "Rota da Seda", iniciativa chinesa na área das infra-estruturas.

 

"A conectividade entre a Europa e a Ásia deve traduzir-se não só ao nível da rota marítima, mas também se deve desenvolver ao nível das ligações aéreas entre os dois países", disse, numa referência indirecta ao facto de a Capital Airlines, companhia chinesa, ter deixado de efectuar voos directos entre Lisboa e Pequim.

 

No plano financeiro, António Costa congratulou-se pelo facto de a agência de notação financeira chinesa ter passado a considerar como elegível a dívida portuguesa para emissões de dívida em yuans, o que permite "uma diversificação das fontes de financiamento da economia portuguesa".

 

"Por outro lado, podemos colaborar na internacionalização do yuan", completou, antes de se referir à importância da abertura do mercado chinês à importação de produtos nacionais como a carne de porco ou a uva de mesa.

 

De acordo com o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, a abertura do mercado chinês pode representar cerca de 100 milhões de euros ao ano e torna mais independentes os produtores portugueses face a eventuais variações de preços com origem no mercado espanhol.

 

Na sua declaração, o primeiro-ministro falou, depois, em novos investimentos chineses em projectos de "raiz", apontando a relevância do plano para a instalação de uma unidade de serviços partilhados em Matosinhos, que permitirá criar 120 postos de trabalho logo na fase inicial.

 

"São muito importantes também os acordos para projectos conjuntos como o Starlab, para microssatélites - um primeiro passo de produção industrial mista -, mas também ao nível de áreas industriais dos sectores automóvel e da mobilidade eléctrica", acrescentou António Costa.

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