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Acesso a vacinas cria rutura na recuperação económica
“Direi que estamos mais preocupados do que estávamos em abril”, afirmou Petra Koeva Brooks, diretora-adjunta do FMI, à agência AFP.
“O acesso às vacinas tornou-se a principal linha de rutura que divide a recuperação mundial em dois blocos”, constata o Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório de previsões económicas divulgado esta terça-feira.
De um lado estão a maior parte das economias que têm acesso a vacinas e que “podem esperar uma normalização da atividade este ano”. Do outro, os países com pouco ou nenhum acesso às mesmas, os quais “permanecerão confrontados com um ressurgimento de infeções e aumento de mortes associadas à covid-19”, assinala o organismo liderado por Kristalina Georgieva.
Este quadro manifesta-se no comportamento assimétrico das economias. Assim, enquanto as economias mais desenvolvidas devem registar este ano um crescimento de 5,6% (mais 0,5 pontos do que o previsto em abril), as perspetivas de crescimento dos países emergentes são revistas em baixa, situando-se agora em 6,3% (menos 0,4 pontos).
“Direi que estamos mais preocupados do que estávamos em abril”, afirmou Petra Koeva Brooks, diretora-adjunta do FMI, à agência AFP.
Esta apreensão é justificada pelos números do combate à pandemia. Deste modo, enquanto perto de 40% da população das economias avançadas já está completamente vacinada, nas economias emergentes apenas 11% se encontram nessa situação. E menos ainda nas economias menos desenvolvidas.
Para dar volta a esta situação, o FMI propôs recentemente um plano de 50 mil milhões de dólares para vacinar 40% da população mundial até final do ano.