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Sandro Mendonça: A arbitragem triplo A (África, Ásia e América)

Portugal em 2023 é ainda um território em transição. Depois do ciclo europeu, o país ainda se adapta às novas realidades de uma dura soberania re-apreendida num contexto de globalização policêntrica, mas genericamente volátil e de baixo crescimento, refere Sandro Mendonça, economista e professor no ISCTE, na sua carta ao futuro.

Negócios 27 de Junho de 2013 às 14:00
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Os vários países do centro da Europa que se agarram à moeda única tentam ainda derradeiramente políticas de desvalorização fiscal que os tornam os novos equivalentes globais às originais "zonas económicas especiais" chinesas: o imposto às empresas caiu para zero e os serviços sociais são mínimos.

Ao ser obrigado a sair daquela que é actualmente a mini-Zona Euro-marco, esta entrou em convulsão. Portugal adoptando uma moeda de transição (direitos expeditos de luso-pagamento), baseada no Escudo cabo-verdiano e ligada à Pataca macaense, que ainda era emitida pelo BNU do grupo CGD, minimizou no curto prazo a ruptura monetária e fiscal.

Perante a valorização das moedas fortes dos países antes ditos desenvolvidos Portugal obteve sucesso no médio prazo com uma política de "re-outsourcing", pela qual a sua capacidade industrial conquistou a deslocalização da produção desses países. Apesar disso Portugal exporta ainda mais serviços que mercadorias, e entre aqueles os mais baseados em qualidade e conhecimento (como turismo de bem-estar, educação superior, logística e cultura).

A visão para o país em 2023 é mais clara que dez anos antes. Há muito mais mundo para além de uma União Europeia tomada por um momento unipolar alemão repetido agora enquanto farsa. O país re-conectou-se à economia global através do activo da língua portuguesa fazendo um "brokerage" económico multisectorial.

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