Foi uma “boa conversa” a que José Sócrates disse ter tido com o Presidente da República. Estas foram as únicas declarações proferidas pelo primeiro-ministro no final de um encontro informal convocado por Cavaco Silva com o secretário-geral do PS, o partido mais votado nas eleições legislativas de domingo, com 36,6% dos votos.

A audiência, marcada para as 15h15 no Palácio de Belém, começou com cerca de 20 minutos de atraso e durou 40 minutos.

Esta foi a primeira vez que Sócrates e Cavaco se encontraram, depois das eleições e depois da comunicação de Cavaco Silva ao País, em que este, a propósito do “caso” das alegadas suspeitas de vigilância de São Bento a Belém, acusou destacados membros do Partido Socialista de o terem tentado envolver na campanha eleitoral, colando-o ao PSD.

"Queria apenas dizer que foi uma boa conversa com o senhor Presidente da República e não tenho outra informação a dar que não seja essa", afirmou esta tarde o primeiro-ministro à saída do encontro com o chefe de Estado. José Sócrates chegou à audiência no Palácio de Belém com cerca de 20 minutos de atraso, tendo sido recebido pelo chefe da Casa Civil, Nunes Liberato, e por um dos ajudantes do Presidente.

A expectativa generalizada é que o encontro seja seguido pela comunicação, pelo Presidente, da indigitação do secretário-geral do PS como primeiro-ministro.

O encontro surge possivelmente no momento de maior tensão entre duas instituições centrais do regime democrático português, dois dias depois de o Presidente da República ter acusado "destacadas personalidades do partido do Governo" de "manipulação" para o encostar ao PSD e "desviar as atenções" do eleitorado.

Em resposta, José Sócrates disse não querer “de nenhuma forma contribuir para uma polémica que desgasta e desprestigia as instituições”. “Sempre me empenhei numa relação com senhor Presidente da República, com a Presidência da República, que seja institucionalmente adequada e correcta. Cooperação institucional. E assim pretendo mantê-lo”, acrescentou.