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Dezassete militares desistem do curso de comandos
O Exército anunciou esta quinta-feira que 17 militares desistiram do curso de comandos, que ficou marcado pela morte de dois instruendos e que esteve suspenso durante uma semana.
"No reinício das actividades normais do 127.º curso de comandos, 17 militares apresentaram a sua desistência", disse à Lusa o porta-voz do Exército, tenente-coronel Vicente Pereira, adiantando que os militares não têm que justificar a razão do abandono por se tratar de uma "desistência a pedido".
Segundo Vicente Pereira, "em termos de razões, os militares não têm que justificar, é a pedido do próprio, tecnicamente é desistência a pedido do próprio, e abandonam as actividades do curso". Em causa estão um oficial, quatro sargentos e 12 soldados, acrescentou.
O mesmo porta-voz referiu que os militares em causa vão agora regressar às unidades onde estavam anteriormente. "É importante frisar que o curso de comandos é frequentado apenas por militares já do Exército e agora é o processo normal: eles concorreram a um curso, resolveram desistir e voltam à situação anterior, voltam às suas unidades e continuarão as suas funções normais", disse.
Dois militares morreram na sequência do treino do 127.º Curso de Comandos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, no dia 4 de Setembro, e vários outros receberam assistência hospitalar.
O caso já desencadeou investigações, instauradas quer pelo chefe do Estado-Maior do Exército, quer pela Procuradoria-Geral da República, e levou à suspensão dos cursos de Comandos do Exército.
O 127.º Curso de Comandos foi hoje retomado após a reavaliação médica dos militares não ter revelado contra indicações clínicas que impeçam a sua continuidade.