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Antigo vice-chefe do Exército pede demissão do ministro da Defesa

António Campos Gil diz em entrevista à Renascença que Azeredo Lopes "já não merece respeito" após a "ingerência institucional" que levou à demissão do chefe do Estado-Maior do Exército. E aplaude o novo Chefe do Estado-Maior.

Azeredo Lopes - Defesa Nacional: O portuense que lidera a pasta da Defesa não é recordado espontaneamente por quase ninguém (0,1%), apesar de se ter destacado já antes, entre 2006 e 2011, na presidência da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e, desde a eleição de Rui Moreira, como chefe de gabinete do presidente da Câmara do Porto. É por uma décima que José Alberto Azeredo Lopes, professor de Direito Internacional da Universidade Católica, surge com mais avaliações positivas (0,4) do que negativas (0,3).
Marta Poppe
18 de Abril de 2016 às 11:13
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O antigo vice-chefe do Estado-Maior do Exército considera que depois da "ingerência institucional" no Colégio Militar, o ministro da Defesa "já não está à altura do cargo que está a desempenhar" e "já devia estar demissionário", uma vez que "quando ele perdeu a confiança no general-chefe e fez o que fez, ele já não tem a confiança de nenhum militar".

"Qual é a cara dele para tutelar a instituição militar? Demita-se, senhor ministro. Já não merece respeito, vá-se embora", exorta António Campos Gil.

 

Em entrevista à Renascença, o general lamenta o "espalhafato" provocado por José Azeredo Lopes (na foto) que, a propósito da alegada discriminação de alunos homossexuais no Colégio Militar, pediu explicações ao Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME). Um episódio que levou à saída do Chefe do Estado-Maior do Exército, Carlos Jerónimo. Campos Gil considera que o problema de Azeredo Lopes não foi o pedido de explicações, mas ter "[faltado] ao respeito" às Forças Armadas.

 

"O grave é quando vai para lá disso e faz uma ingerência institucional quando pede consequências, quando ele próprio começa a exigir a demissão, directa ou indirectamente, da direcção ou do subdirector. Isso já não é da competência dele, é da competência do chefe. Ora, quando isto acontece revela uma falta de sentido institucional e uma falta de sentido de solidariedade. O senhor ministro não sabe o que é a ética e a liderança, não faz a mínima ideia do que estes conceitos significam e implicam. Deu sinais de incapacidade de gerir a dificuldade. Submeteu-se a uma pressão, e portanto não está à altura do cargo que desempenha", resume.

 

O substituto de Carlos Jerónimo na chefia do Estado-Maior do Exército até já tomou posse, mas António Campos Gil ainda espera que o ministro "tenha um rebate de consciência" e perceba que "já não tem condições para estar" no cargo. Quanto ao substituto, considera que Rovisco Duarte "é um homem com verticalidade, de princípios, com estatura" e "reconhecido dentro da instituição militar". "Naturalmente é aplaudido pelos militares a partir de hoje", conclui.

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