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Ministro da Defesa iniciou processo de substituição do CEME

O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, anunciou na quinta-feira à noite que já iniciou os procedimentos adequados visando a substituição do general Carlos Jerónimo, que pediu a exoneração do cargo de Chefe do Estado-Maior do Exército.

Azeredo Lopes - Defesa Nacional: O portuense que lidera a pasta da Defesa não é recordado espontaneamente por quase ninguém (0,1%), apesar de se ter destacado já antes, entre 2006 e 2011, na presidência da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e, desde a eleição de Rui Moreira, como chefe de gabinete do presidente da Câmara do Porto. É por uma décima que José Alberto Azeredo Lopes, professor de Direito Internacional da Universidade Católica, surge com mais avaliações positivas (0,4) do que negativas (0,3).
Marta Poppe
08 de Abril de 2016 às 00:20
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Em comunicado, o gabinete do ministro Azeredo Lopes afirmou que na sequência do pedido de demissão, que foi aceite pelo Presidente da República, "foram iniciados pelo Governo os procedimentos adequados com vista à nomeação de um novo" CEME.

 

A Lei de bases da Organização das Forças Armadas prevê que os chefes de Estado-Maior dos ramos são nomeados e exonerados pelo Presidente da República, sob proposta do Governo, que deve ser precedida da audição, "através do ministro da Defesa Nacional, do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas".

 

Na mesma nota, o ministro da Defesa manifestou "o seu apreço e consideração pessoal e profissional" pelo general Carlos Jerónimo, que estava no cargo há dois anos.

 

"O ministro da Defesa Nacional manifesta o seu apreço e consideração, pessoal e profissional, pelo Senhor General Carlos António Corbal Hernandez Jerónimo pela valiosa colaboração com a tutela durante o exercício do seu mandato e pelos serviços que tem prestado, e certamente continuará a prestar, ao Exército, às Forças Armadas e a Portugal", refere o comunicado.

 

Questionado pela Lusa, o porta-voz do Exército disse que o general chefe do Estado Maior do Exército "solicitou a resignação do cargo por motivos pessoais".

 

O pedido de demissão do chefe do Estado-Maior do Exército ocorreu dois dias depois de o ministro da Defesa Nacional lhe ter requerido um esclarecimento a propósito de afirmações feitas pelo subdirector do Colégio Militar sobre discriminação dos alunos homossexuais.

 

Numa reportagem publicada sexta-feira no jornal Observador o subdirector do Colégio Militar, tenente-coronel António Grilo, afirmou: "Nas situações de afectos [homossexuais], obviamente não podemos fazer transferência de escola. Falamos com o encarregado de educação para que percebam que o filho acabou de perder espaço de convivência interna e a partir daí vai ter grandes dificuldades de relacionamento com os pares. Porque é o que se verifica. São excluídos".

 

Ouvido pelo DN, na sequência destas afirmações, o ministério da Defesa fez saber que pediu explicações ao CEME e assumiu que "considera absolutamente inaceitável qualquer situação de discriminação, seja por questões de orientação sexual ou quaisquer outras, conforme determinam a Constituição e a Lei". 

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