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Ministro da Defesa iniciou processo de substituição do CEME
O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, anunciou na quinta-feira à noite que já iniciou os procedimentos adequados visando a substituição do general Carlos Jerónimo, que pediu a exoneração do cargo de Chefe do Estado-Maior do Exército.
Em comunicado, o gabinete do ministro Azeredo Lopes afirmou que na sequência do pedido de demissão, que foi aceite pelo Presidente da República, "foram iniciados pelo Governo os procedimentos adequados com vista à nomeação de um novo" CEME.
A Lei de bases da Organização das Forças Armadas prevê que os chefes de Estado-Maior dos ramos são nomeados e exonerados pelo Presidente da República, sob proposta do Governo, que deve ser precedida da audição, "através do ministro da Defesa Nacional, do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas".
Na mesma nota, o ministro da Defesa manifestou "o seu apreço e consideração pessoal e profissional" pelo general Carlos Jerónimo, que estava no cargo há dois anos.
"O ministro da Defesa Nacional manifesta o seu apreço e consideração, pessoal e profissional, pelo Senhor General Carlos António Corbal Hernandez Jerónimo pela valiosa colaboração com a tutela durante o exercício do seu mandato e pelos serviços que tem prestado, e certamente continuará a prestar, ao Exército, às Forças Armadas e a Portugal", refere o comunicado.
Questionado pela Lusa, o porta-voz do Exército disse que o general chefe do Estado Maior do Exército "solicitou a resignação do cargo por motivos pessoais".
O pedido de demissão do chefe do Estado-Maior do Exército ocorreu dois dias depois de o ministro da Defesa Nacional lhe ter requerido um esclarecimento a propósito de afirmações feitas pelo subdirector do Colégio Militar sobre discriminação dos alunos homossexuais.
Numa reportagem publicada sexta-feira no jornal Observador o subdirector do Colégio Militar, tenente-coronel António Grilo, afirmou: "Nas situações de afectos [homossexuais], obviamente não podemos fazer transferência de escola. Falamos com o encarregado de educação para que percebam que o filho acabou de perder espaço de convivência interna e a partir daí vai ter grandes dificuldades de relacionamento com os pares. Porque é o que se verifica. São excluídos".
Ouvido pelo DN, na sequência destas afirmações, o ministério da Defesa fez saber que pediu explicações ao CEME e assumiu que "considera absolutamente inaceitável qualquer situação de discriminação, seja por questões de orientação sexual ou quaisquer outras, conforme determinam a Constituição e a Lei".