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Orçamento de Serralves sobe para oito milhões em 2016

O mecenato, os proveitos comerciais e os fundos comunitários são apostas da fundação para diversificar fontes de financiamento. A compartição do Estado já pesa menos de 40% do total.

Ana Pinho, presidente da Fundação de Serralves.
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19 de Janeiro de 2016 às 14:31
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A nova presidente da administração da Fundação de Serralves divulgou esta terça-feira, 19 de Janeiro, que o orçamento da instituição vai "aumentar ligeiramente" para oito milhões de euros em 2016, o que compara com os 7,5 milhões de euros que tinham sido orçamentados para o ano passado. "Não temos o que gostaríamos", frisou Ana Pinho Macedo Silva.

Em 2015, a dotação anual do Estado baixou para 2,8 milhões de euros, o que limitou a comparticipação pública a cerca de 38% do orçamento total. O valor a atribuir este ano ainda não é conhecido, aguardando a apresentação da proposta do Orçamento do Estado, cujo esboço deverá ser mostrado em Bruxelas na sexta-feira.

"Era bom que o Estado pudesse contribuir mais para a nossa actividade porque podemos chegar mais longe naquilo que queremos fazer. Mas vamos tentar usar os recursos disponíveis da melhor forma possível", declarou Ana Pinho durante a conferência de imprensa de apresentação da programação para 2016.

A economista, que substituiu recentemente Luís Braga da Cruz na liderança executiva, sublinhou que a instituição cultural portuense está "a tentar aumentar as receitas próprias e diversificar as fontes de financiamento". Além de somar mais proveitos comerciais, a fundação perspectiva estar "mais activa no mecenato" e quer aumentar também o número e o valor das candidaturas a fundos comunitários.

Ao lado da directora do museu, Suzanne Cotter, e do director do parque, João Almeida, Ana Pinho apresentou esta manhã uma extensa lista de actividades com mais de 500 eventos programados nos diversos espaços de Serralves, que em 2015 contabilizou mais de 520 mil visitantes e cuja colecção artística própria conta com 4.300 obras avaliadas em 50 milhões de euros.

A nova presidente confirmou os contactos adiantados com o Governo para que o conjunto de 84 obras do artista catalão Joan Miró, provenientes do antigo Banco Português de Negócios, seja exposto na Casa de Serralves, "em princípio no Outono". O ministro da Cultura, João Soares, aludiu em Dezembro a uma abordagem nesse sentido junto do Ministério das Finanças, liderado por Mário Centeno.


Programação: os destaques de Ana Pinho

O Negócios pediu à presidente da Fundação de Serralves que destacasse alguns dos eventos incluídos na programação para 2016, apresentada esta terça-feira no Porto.

Wolfgang Tillmans: No limiar da visibilidade
(30 de Janeiro – 25 de Abril)
É a primeira vez que o fotógrafo Wolfgang Tillmans, nascido em 1968 em Remscheid (Alemanha) expõe em Portugal. As obras que estarão em Serralves são datadas de 1995 ao presente e impressas em escalas que vão das dimensões fotográficas estandardizadas à expansão panorâmica de quatro metros. A exposição é organizada pelo Museu de Arte Contemporânea de Serralves e comissariada pela directora do museu, Suzanne Cotter.

The Sonnabend Collection: meio século de arte europeia e americana. Parte I
(6 de Fevereiro – 8 de Maio)
A Colecção Sonnabend, criada pela influente galerista Ileana Sonnabend, é considerada uma das mais importantes colecções de arte americana e europeia da segunda metade do séc. XX, representando alguns dos movimentos fundamentais da arte ocidental dos nossos dias. Como curiosidade, algumas obras dessa colecção fizeram parte da exposição inaugural deste museu em 1999, e algumas delas permaneceram a título de empréstimo a longo prazo em Serralves. A exposição comissariada por António Homem, director da Sonnabend Gallery, é organizada em associação com a italiana Fondazione Musei Civici Venezia e a Sonnabend Collection Foundation, de Nova Iorque.

Giorgio Griffa: Quasi tutti
(14 de Maio – 4 de Setembro)
É a primeira grande exposição individual dedicada ao pintor italiano, que tem perto de 50 anos de carreira, e o primeiro contacto do público português com a sua obra. Giorgio Griffa nasceu em Turim em 1938 e é apontado como um dos artistas que mais inspira a produção pictória actual. A exposição é produzida por Serralves em associação com o Centre d’Art Contemporain Genève, a Bergen Kunsthall e a Giuliani Foundation, de Roma, e comissariada por Suzanne Cotter e Andrea Bellini.

Silvestre Pestana: Techno-form [Tecnoforma]
(28 de Maio – 18 de Setembro)
O Museu de Arte Contemporânea de Serralves vai apresentar a primeira grande exposição dedicada ao madeirense Silvestre Pestana, nascido em 1949 no Funchal. Associado ao grupo dos poetas experimentais que nos anos 1960 protagonizaram a introdução de linguagens vanguardistas na arte contemporânea portuguesa e também um pioneiro da arte da performance e vídeo arte em Portugal, é apresentado como um artista plástico, poeta e performer.

Conversas: Obras recentes de artistas portugueses na colecção de Serralves
(16 de Setembro – 22 de Janeiro de 2017)
Leonor Antunes, Pedro Cabrita Reis, Alberto Carneiro, Mauro Cerqueira, José Loureiro, Diogo Pimentão e Ana Santos. Estes são os nomes de alguns artistas portuguesas foram recentemente adquiridas pelo Museu de Arte Contemporânea de Serralves. A exposição com estas obras de desenho, pintura, escultura, filme e fotografia é comissariada pela directora do museu, Suzanne Cotter.

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