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Morreu cantor lendário Leonard Cohen

Leonard Cohen morreu aos 82 anos em casa.

Eloy Alonso/Reuters
Negócios com Lusa 11 de Novembro de 2016 às 06:29

"É com profundo pesar que comunicamos que o poeta legendário, compositor e artista, Leonard Cohen morreu", foi escrito esta sexta-feira na sua página do Facebook.

"Perdemos um dos visionários músicos mais respeitados e prolíficos", acrescenta.

Vai haver uma cerimónia de homenagem em Los Angeles, em horas a determinar.



O cantor, canadiano com 82 anos, tinha lançado recentemente o seu 14º álbum "You Want It Darker", no qual reflectia sobre a sua própria mortalidade e, com a sua voz grave, interrogava-se sobre a natureza do homem e de um Deus todo-poderoso. 


Nascido a 21 de Setembro de 1934 numa família judaica em Montreal (Canadá), Leonard Cohen compôs algumas das músicas mais emblemáticas das últimas décadas.

Ainda no Canadá licenciou-se em literatura na Universidade McGill, em 1955, e integrou o grupo musical The Buckskin Boys.

Mudou-se para Nova Iorque com uma bolsa para a Columbia Graduate School, e aos 24 anos recebeu outra, do Canada Council, para escrever um livro, o que lhe permitiu viajar para a Europa.

Cohen acompanhou sempre a música com a literatura, a sua grande paixão, que começou aos 16 anos, quando escreveu os seus primeiros poemas.

Publicou o primeiro álbum, "Songs of Leonard Cohen", em 1967, já depois de ter feito trinta anos e de ter revelado a faceta literária, em particular com o livro de poesia "Let us compare mythologies" (1956) e o romance "O Jogo preferido", (1963), editado em Portugal em 2010.

Leonard Cohen é também autor do livro de poesia "Flowers for Hitler" (1964).

Em Portugal estão também publicados "Filhos da Neve" e "O livro do desejo", que reúne poemas dispersos escritos ao longo dos últimos vinte anos, alguns dos quais durante um retiro budista de Cohen nos Estados Unidos e na Índia.

Alguns dos poemas desse livro foram adaptados para letras de canções.

Considerado um dos mais importantes nomes da música popular do século XX, Cohen escreveu músicas simbólicas da sua geração, incluindo "Hallelujah."

"Suzanne" ou "So Long Marianne" ilustram, em 1967, uma primeira colecção de canções marcadas pelo sofrimento amoroso.

Aos 77 anos, foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias das Letras pelo "imaginário sentimental" da escrita e da música, justificou o júri.

No mesmo ano, em 2011, foi galardoado com o 9.º Prémio Glenn Gould, atribuído de dois em dois anos a artistas que contribuam para enriquecer a condição humana e representem os valores da inovação, inspiração e transformação.

Apesar da idade, estava mais activo desde 2008, quando iniciou uma nova digressão internacional, depois de uma ausência de 15 anos, e editou o álbum "Old Ideas" (2012).

Em 2014, lançou o álbum "Popular Problems", que aborda preocupações e dilemas do mundo actual.

Cohen foi precedido na morte, em Julho, por Marianne Ihlen, a norueguesa com quem viveu na ilha grega de Hydra e que inspirou "So Long, Marianne".

Numa carta para Ihlen revelada por um amigo, Cohen declarou o seu "amor sem fim" por ela, escrevendo: "Eu acho que vou seguir-te muito em breve."
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