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Falida Vida de Cristo à venda a preço de saldo após enterrar 3,7 milhões da CGD

O museu que a Vida de Cristo - Parques Temáticos abriu em Fátima, em abril de 2007, num investimento de 12 milhões de euros, está fechado há quatro anos, numa falência que deixou dívidas de 5,6 milhões. Após vários leilões infrutíferos, está agora à venda por 1,4 milhões.

O Museu da Vida de Cristo, situado a 500 metros do Santuário de Fátima e que custou 12 milhões de euros, está fechado desde março de 2017.
17 de Março de 2021 às 15:47
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Há cerca de 14 anos, abria em Fátima, a 500 metros do santuário mariano, um museu onde é retratada a vida de Cristo, desde a anunciação do Anjo a Maria até à Ascensão de Jesus ao céu, num total de 33 cenários, através de figuras de cera vestidas com roupas feitas com tecidos fabricados na zona da Sertã em teares manuais de artesãs portuguesas.

 

Um complexo museológico que foi, ainda, dotado de uma galeria comercial com 16 lojas, cinco arrecadações e um parque de estacionamento em cave com cerca de uma centena de lugares, num investimento que atingiu os 12 milhões de euros.

 

A promotora do museu, a Vida de Cristo – Parques Temáticos, previa captar 200 mil visitantes por ano, mas o melhor que conseguiu atingir foram 80 mil, em 2010, tendo em 2016 logrado apenas atrair cerca de 38 mil e faturado 270 mil euros, encerrando exercício após exercício com prejuízos.

 

Plano de recuperação com perdão de milhões chumbado

 

Aderiu então ao Processo Especial de Revitalização (PER), com dívidas de 5,6 milhões de euros, tendo a Caixa Geral de Depósitos (CGD) como credora hipotecária e maioritária, detendo dois terços dos créditos reconhecidos (3,7 milhões de euros).

 

Mas o plano de recuperação que apresentou aos credores, propondo um perdão de 2,1 milhões de euros de créditos garantidos, com a dação em pagamento das lojas e do parque de estacionamento, e o abate de 90% dos créditos comuns e subordinados, foi chumbado pelo banco estatal.

 

A Vida de Cristo - Parques Temáticos seguiu então para a insolvência, em sede do qual os credores, reunidos em assembleia em 28 de março de 2017, determinaram o encerramento da sua atividade e a venda dos ativos.

 

Naquela que foi a primeira tentativa de venda dos ativos do Museu da Vida de Cristo, no outono desse ano, o valor base fixado foi de 7,5 milhões de euros, mas nem uma só manifestação de interesse registou.

 

Dynasty religiosa sinaliza mas desaparece

 

A comissão de credores decidiu levar os ativos a leilão, que ficou marcado para 2 de maio de 2018, tendo revisto em baixo o valor base para 5,5 milhões de euros.

 

Os ativos acabaram por ser arrematados pela Universal Humanitarian Dynasty, uma associação religiosa ligada à Fundação Portuguesa de Santo António e Todos os Santos, que pagou uma caução de cinco mil euros mas nunca mais deu sinal de vida.

 

Operação anulada, a gestora judicial e a comissão de credores decidiram marcar nova tentativa de venda para 30 de janeiro de 2019, com a totalidade dos bens a irem à praça por um valor de pouco mais de três milhões de euros, com o museu e as figuras a poderem ser arrematadas por 1,99 milhões. Mas o leilão ficou deserto.

 

Seguiu-se um novo leilão, realizado no verão passado, com o preço base do principal ativo a manter-se nos 1,99 milhões de euros e o dos restantes bens a baixar para metade (544 mil euros), mas foi igualmente encerrado sem registo de propostas de compra.

 

Março de 2021: o Museu da Vida de Cristo está novamente à venda, desta vez com o preço global (museu, figuras, material de escritório, parque de estacionamentos e lojas) a fixar-se em 1,865 milhões de euros.

 

Caso não registe propostas de compra para a totalidade dos bens, o museu, incluindo as figuras e o material de escritório, pode ser arrematado por 1,436 milhões de euros.  

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