Notícia
Cinemas portugueses perdem 4 milhões de espectadores desde a reabertura
Muitas salas de cinema optaram por reabrir mais tarde do que a data fixada pelo Governo. A falta de novos filmes, as restrições à lotação e os condicionamentos na Área Metropolitana de Lisboa pesam no número de espectadores.
Quatro milhões. É este o número de espectadores "perdidos" pelas salas de cinema portuguesas face a igual período do ano passado desde 1 de junho, data em que o Governo autorizou a reabertura após 10 semanas de encerramento devido à pandemia.
Nas últimas 12 semanas, as salas receberam a visita de 223.199 espectadores, um número que corresponde a menos do que a afluência registada em apenas uma semana no ano passado, revelam os dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA). No mesmo período do ano passado, foram 4,23 milhões os bilhetes vendidos para os cinemas nacionais.
Nas primeiras 10 semanas do ano, antes do encerramento das salas, a afluência às salas encontrava-se praticamente ao nível registado em igual período de 2019, com menos 23 mil espectadores.
Já entre 12 de março e 27 de maio, semanas em que os cinemas foram forçados a encerrar, a perda de espectadores cifrou-se em mais de 2,9 milhões.
Contas feitas, ao fim de 33 semanas, o número de espectadores este ano totaliza 2,73 milhões, menos sete milhões ou 72%, do que os 9,73 milhões registados em idêntico período do ano passado.
Ainda assim, a afluência tem vindo a aumentar nas últimas semanas, tendo atingido os 62.267 espectadores na semana de 12 a 19 de agosto, mais 12 mil do que na semana anterior e muito acima dos menos de quatro mil bilhetes vendidos semanalmente registados ao longo de junho.
Reaberturas graduais, estreias adiadas, limites à lotação e restrições nos centros comerciais
Existem vários fatores para o reduzido número de espectadores no primeiro mês após a reabertura.
Em primeiro lugar, várias das maiores exibidoras nacionais, como a Nos e CinemaCity, adiaram o regresso à atividade para o início de julho.
Aliás, no final de maio, a FEVIP — Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais, em carta enviada ao Governo, solicitava que a reabertura fosse adiada para 2 de julho. "Reabrir as salas sem novos filmes equivale a ter um supermercado com as prateleiras vazias ou cheias de produtos cujo prazo de validade já passou", defendia o diretor-geral da FEVIP, António Paulo Santos.
As distribuidoras apontavam o adiamento por parte de Hollywood de muitas estreias para justificar a reabertura mais tardia. E foi isso que fizeram a Nos e CinemaCity, por exemplo.
Há também que ter em conta que as salas foram autorizadas a reabrir mas com medidas de distanciamento social, sendo obrigadas a deixar um lugar vago entre espectadores, pelo que a lotação ficou limitada.
E, as restrições impostas aos centros comerciais da Área Metropolitana de Lisboa, devido ao elevado número de novos casos de infeção pelo coronavírus, travaram também a afluência às salas de cinema. Só em agosto é que a maioria das salas em centros comerciais voltaram a abrir portas.
Esse impacto é evidenciado pela aceleração no número de espectadores a partir da primeira semana de julho - mais do que triplicando face aos 3.886 bilhetes vendidos na última semana de junho - e, novamente, a partir de 6 de agosto, quando se registou um novo "salto" na afluência (passando de 26,5 mil para 50 mil).
Nas últimas 12 semanas, as salas receberam a visita de 223.199 espectadores, um número que corresponde a menos do que a afluência registada em apenas uma semana no ano passado, revelam os dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA). No mesmo período do ano passado, foram 4,23 milhões os bilhetes vendidos para os cinemas nacionais.
Já entre 12 de março e 27 de maio, semanas em que os cinemas foram forçados a encerrar, a perda de espectadores cifrou-se em mais de 2,9 milhões.
Contas feitas, ao fim de 33 semanas, o número de espectadores este ano totaliza 2,73 milhões, menos sete milhões ou 72%, do que os 9,73 milhões registados em idêntico período do ano passado.
Ainda assim, a afluência tem vindo a aumentar nas últimas semanas, tendo atingido os 62.267 espectadores na semana de 12 a 19 de agosto, mais 12 mil do que na semana anterior e muito acima dos menos de quatro mil bilhetes vendidos semanalmente registados ao longo de junho.
Reaberturas graduais, estreias adiadas, limites à lotação e restrições nos centros comerciais
Existem vários fatores para o reduzido número de espectadores no primeiro mês após a reabertura.
Em primeiro lugar, várias das maiores exibidoras nacionais, como a Nos e CinemaCity, adiaram o regresso à atividade para o início de julho.
Aliás, no final de maio, a FEVIP — Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais, em carta enviada ao Governo, solicitava que a reabertura fosse adiada para 2 de julho. "Reabrir as salas sem novos filmes equivale a ter um supermercado com as prateleiras vazias ou cheias de produtos cujo prazo de validade já passou", defendia o diretor-geral da FEVIP, António Paulo Santos.
As distribuidoras apontavam o adiamento por parte de Hollywood de muitas estreias para justificar a reabertura mais tardia. E foi isso que fizeram a Nos e CinemaCity, por exemplo.
Há também que ter em conta que as salas foram autorizadas a reabrir mas com medidas de distanciamento social, sendo obrigadas a deixar um lugar vago entre espectadores, pelo que a lotação ficou limitada.
E, as restrições impostas aos centros comerciais da Área Metropolitana de Lisboa, devido ao elevado número de novos casos de infeção pelo coronavírus, travaram também a afluência às salas de cinema. Só em agosto é que a maioria das salas em centros comerciais voltaram a abrir portas.
Esse impacto é evidenciado pela aceleração no número de espectadores a partir da primeira semana de julho - mais do que triplicando face aos 3.886 bilhetes vendidos na última semana de junho - e, novamente, a partir de 6 de agosto, quando se registou um novo "salto" na afluência (passando de 26,5 mil para 50 mil).