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Zona Euro arranca trimestre crucial para superar a crise

As medidas da Europa para superar a crise provocada pelo coronavírus podem finalmente estar perto de um ponto de viragem.

António Mendonça Mendes quer plano para recuperar benefícios.
Kazbek Basaev/Reuters
03 de Abril de 2021 às 19:00
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Depois de um início conturbado da campanha de vacinação, o avanço no segundo trimestre determinará se a Zona Euro pode finalmente deixar a turbulência económica para trás ou se ficará ainda mais atrasada em relação a outros países.

Com três meses de uma campanha de vacinação irregular, analistas mais otimistas de bancos como o JPMorgan Chase e o UBS reduziram recentemente as estimativas de crescimento para 2021. Ao mesmo tempo, com a perspetiva de aceleração da vacinação no trimestre atual, as projeções comparativamente cautelosas para a região parecem agora mais viáveis.



Ainda assim, não será fácil. Para que seja bem-sucedida, a campanha de vacinação do bloco deverá administrar milhões de doses todas as semanas, enquanto autoridades enfrentam surtos que levaram a novos confinamentos.

"O cenário base é que, se as vacinações progredirem e o clima melhorar, as coisas vão melhorar", disse Dirk Schumacher, economista do Natixis. "Dado o nível de procura reprimida, isso deve gerar taxas de crescimento sólidas. Mas se a dinâmica de infeções continuar a aumentar e houver um encerramento completo, é claro que isso não vai acontecer."

Mesmo com uma viragem no segundo trimestre, o atraso deve sair caro devido aos problemas com a compra de vacinas pela União Europeia, entregas irregulares e uma distribuição lenta. Quase 10% dos residentes da UE receberam pelo menos uma dose, pouco mais de um terço do total nos EUA.

Isso é "aquém do que esperávamos", disse a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, em entrevista à Bloomberg Television na quarta-feira.

Esses problemas resultaram em confinamentos mais extensos, prejudicando o crescimento. Vários analistas baixaram as projeções para 2021, como o JPMorgan Chase, que espera agora um crescimento de 5,3% em vez de 5,8%, e o Deutsche Bank, cuja previsão caiu de 5,6% para 4,6%.

Os economistas também reavaliaram as perspetivas para o segundo trimestre. Esta semana, o instituto Ifo da Alemanha, o Istat da Itália e o KOF da Suíça reduziram para metade a previsão de crescimento para 1,5% em relação aos 3% previstos em dezembro.

"A nova extensão das medidas de confinamento deixará uma marca na atividade no segundo trimestre, embora as campanhas de vacinação devam ganhar força nas próximas semanas", disse o economista-chefe do BCE, Philip Lane, num blogue na quinta-feira.

No entanto, o impulso da vacinação aumentou a confiança no aquecimento da atividade económica. A Bloomberg Economics até elevou a projeção de crescimento para 4,4% em 2021.

"Até ao fim de maio, os que realmente precisam da vacina já a deverão ter recebido, e a economia da Zona Euro provavelmente será reaberta", escreveram os economistas Jamie Rush, Maeva Cousin e David Powell num relatório. "Portanto, esperamos que a atividade recupere rapidamente."

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