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Transmissão do vírus em Portugal está nos valores mais baixos de sempre e é a mais baixa da Europa

O Índice de transmissibilidade do novo coronavírus em Portugal, com tendência, nos últimos dias, para uma estabilização. As notícias são boas, mas o nível de ocupação de camas em cuidados intensivos é ainda elevado e longe do pico que se verificou em março do ano passado.

António Mendonça Mendes quer plano para recuperar benefícios.
Kazbek Basaev/Reuters
22 de Fevereiro de 2021 às 15:23
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O Índice de Transmissibilidade (Rt) do novo coronavírus em Portugal situa-se nos 0,67, a média para os últimos 15 dias observada de 13 a 17 de fevereiro. O balanço foi feito esta segunda-feira por Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), durante o encontro de peritos que decorre esta tarde no Infarmed. 

O especialista em Epidemiologia e Estatística adiantou que esta estimativa para o Rt  é "o valor mais baixo que estimamos desde o início da pandemia", sendo que "o valor está abaixo de 1 em todas as regiões", tendo-se verificado, nos últimos dias, uma tendência de estabilização se podendo "eventualmente haver uma tendência de crescimento, mas muito lenta". 

Por outro lado, e comparando com os outros países europeus, Portugal está também no bom caminho, apresentando "o valor do R mais baixo da Europa". "Se continuarmos com este valor de redução da transmissibilidade é possível continuarmos a descer de forma acentuada", afirmou o especialista.

As notícias são boas, mas ainda não permitem baixar a guarda, alerta Baltazar Nunes. Olhando para os níveis da ocupação de camas em cuidados intensivos, a estimativa é que "só a meio de março atingiremos 320 camas em cuidados intensivos e só no final de março chegaremos às 200". Ora, "em março de 2020 o pico que atingimos foram 260 camas" e mesmo disso ainda estamos longe".

Como referiu, a seguir, um outro perito também ouvido nesta reunião do Infarmed, João Gouveia, especialista em medicina intensiva, apesar da redução do número de camas ocupadas em cuidados intensivos, "a situação da medicina intensiva em Portugal ainda é muito frágil", até porque hoje em dia, com o número de camas que foi preciso disponibilizar, por força do aumento de casos, "temos uma capacidade instalada que não é real, com recursos que não são da medicina intensiva e que são necessários noutros locais, para prosseguirmos a atividade normal". 

Como salientou Baltazar Nunes, as estimativas são isso mesmo, estimativas e "nada disto é certo ou adquirido, tudo vai depender do grau de implementação das medidas e do comportamento da população, assim como do controlo de transmissão das novas variantes, que ainda são muito prevalentes na população".

Efeito escolas e mobilidade

No trabalho que preparou, o perito dividiu o período em estudo em três fases: até 15 de janeiro, quando foram tomadas as primeiras medidas da atual vaga; depois entre 15 e 22 de janeiro, já com novas medidas de contenção, e depois a partir de 22 de janeiro, quando foram encerradas as escolas. 

"Houve uma inversão da tendência com o primeiro pacote de medidas, no entanto a intensidade da redução foi diferente nas várias regiões do país", explicou. "Com o encerramento das escolas, verificou-se uma maior homogeneidade do efeito". A partir de 22 de janeiro, "a redução foi mais acentuada e teve menor heterogeneidade entre as regiões". 

Olhando para as estatísticas da mobilidade, verifica-se que agora "Portugal é o país com maior redução da mobilidade face ao período pré pandêmico". Nos últimos dias, " no entanto, observa-se algum aumento da mobilidade, mas isso também se verifica nos outros países, como Reino Unido ou Alemanha, ou seja, já há uma tendência de redução deste confinamento, com um aumento da mobilidade, ainda que lento". Em suma, "houve um pico de confinamento no início de fevereiro, mas temos estado a reduzir esse grau de confinamento", concluiu Baltazar Nunes.


(noticia atualizada com mais informação)

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