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Ministra da Saúde teme “relaxamento” e diz que é cedo para falar em desconfinamento
A Ministra da Saúde elogiou hoje os bons resultados no controlo da pandemia, mas alertou para um aumento crescente da mobilidade das pessoas, o que pode configurar um “relaxamento”. Sobre o desconfinamento, Marta Temido diz que é cedo para falar nisso.
Estamos perante uma "reafirmação da tendência de descida de novos casos por 100 mil habitantes, que já está abaixo dos 300", temos o índice de transmissibilidade mais baixo da Europa, mas que "ainda está elevado" e "na última semana o índice de mobilidade aumentou ligeiramente, o que nos deve suscitar a maior atenção e ponderação", uma vez que "os valores que hoje temos resultam de um esforço que, se se inverter, voltaremos a atingir números que não são compatíveis com o que precisamos de garantir".
Marta Temido falava esta segunda-feira no final de uma reunião de peritos no Infarmed para análise da situação epidemiológica do país. A ministra salientou os números positivos de novos casos, a redução de óbitos e as estimativas que dizem que se as medidas atuais se mantivessem, poderíamos atingir no final de março as 300 camas destinadas a doentes covid nos cuidados intensivos. No entanto, lembrou também que "nada disto está adquirido e tudo depende de cada um de nós" e deixou "uma nota de preocupação para algum relaxamento" no cumprimento das medidas.
A ministra da Saúde afirmou, por outro lado, que é preciso conseguir o "controlo de transmissão de novas variantes, designadamente dois grupos associados à variante brasileira" e " fazer ainda um esforço muito significativo" para conseguir reduzir a intensidade da resposta que é pedida ao Serviço Nacional de Saúde.
Questionada pelos jornalistas sobre a possibilidade de avançar com um desconfinamento ainda em março, marta Temido foi taxativa: "Este ainda não é o momento de falar de tempos e de modos" para desconfinar.
"Neste momento estamos a refletir sobre os momentos em que devemos começar a equacionar medidas de desconfinamento e por onde devemos começar a aplicá-las. São hipóteses de cenários", declarou, admitindo embora, como já anteriormente vários membros do governo o fizeram, que se as escolas foram as últimas a encerrar, provavelmente serão também as primeiras a reabrir.
"Temos de fazer uma apreciação muito cautelosa, prudente e calculada" e "não podemos pretender passar de um extremo ao outro num tempo que não é compatível com o controlo desta pandemia", rematou.
(noticia atualizada com mais informação)