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Sem medidas preventivas, EUA correm o risco de lutar contra o vírus até 2023
Enquanto os Estados Unidos continuam preocupados em produzir e administrar uma vacina, a covid-19 propaga-se entre os norte-americanos e os riscos aumentam de forma drástica.
Os Estados Unidos estão a deixar para segundo plano as medidas preventivas, enquanto apostam tudo na procura de uma vacina. O uso de máscaras e o distanciamento social não são tidos em conta e o número de novos infetados está a crescer diariamente.
Assim, a estratégia deTrump ameaça o regresso dos norte-americanos à normalidade. Embora os EUA tenham à sua disposição mais de 10 biliões de dólares (cerca de 8,5 mil milhões de euros) para desenvolverem soluções contra a covid-19, quase metade da população americana diz ter medo de experimentá-las, de acordo com uma pesquisa da Gallup.
Caso a estratégia do governo de Trump falhe e surja alguma anomalia nas vacinas, os Estados Unidos correm o risco de lutar contra o vírus até 2023, adiantou a Airfinity à Bloomberg.
A uma semana das eleições presidenciais, os EUA enfrentam uma segunda vaga preocupante, com o número de infetados a aumentar exponencialmente todos os dias. Só no fim-de-semana foram registados mais de 85 mil novos casos e o número de mortos aumentou para mais de 26 mil.
Na Europa esta problemática também se tem vindo a agravar, sendo que o número de infeções diárias ultrapassa já em larga escala o registado no surto inicial do segundo trimestre do ano. A diferença entre a Europa e os Estados Unidos, segundo a Bloomberg, prende-se com o facto de os europeus estarem a aplicar medidas de contenção e restrições apertadas para conter a propagação.
Mark Meadows, chefe do gabinete de Trump, confessou à CNN que não vão "controlar a pandemia", podendo controlar, porém, o facto de terem "vacinas, terapêuticas e outras atenuantes".
Apesar de as vacinas puderem inicialmente controlar o número de infeções e mortes, levará tempo até a população norte-americana estar toda vacinada e imune à covid-19, de acordo com as declarações da Organização Mundial da Saúde (OMS) citadas pela Bloomberg. A OMS defende que as máscaras, o distanciamento social e os testes são essenciais para manter o vírus sob controlo.
Uma vacina não é "uma varinha mágica", disse à Bloomberg Marie-Paule Kieny, diretora de pesquisa do instituto francês de ciências da saúde e ex- funcionária da Organização Mundial de Saúde. "Não será uma solução rápida, mesmo que seja eficaz", reforçou Kieny.