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Voto antecipado sobe nos EUA e aponta para maior participação do que em 2016

Até esta segunda-feira, já tinham votado antecipadamente mais de 63 milhões de americanos, 4 milhões acima do total de votos antecipados registados em 2016. Números indiciam um reforço de participação face às eleições presidenciais de há quatro anos.

Reuters
27 de Outubro de 2020 às 14:55
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A participação nas presidenciais americanas de 3 de novembro está a caminho de superar a registada nas eleições de 2016, isto apesar dos receios de que o medo de contágios pela covid-19 provocasse uma menor taxa de afluência às urnas.

De acordo com os dados apresentados no site US Elections Project, até ao final desta segunda-feira, e a precisamente uma semana das eleições, tinham já votado antecipadamente acima de 63 milhões de eleitores americanos. Este número supera em mais de 4 milhões o total de votos antecipados registados nas presidenciais que levaram o atual presidente Donald Trump à Casa Branca.

Mais, os dados indicam que em alguns estados o número de votos antecipados está mesmo a caminho de superar todos os votos registados há quatro anos. É esse, por exemplo, o caso do Texas, onde já votaram mais de 80% do total de eleitores, valor já muito próximo da taxa de afluência de 86,9% verificada em 2016.

Há duas modalidades de voto antecipado: Por correspondência e em urnas criadas para o efeito.

Sendo certo que o crescimento observado no recurso ao voto antecipado decorre dos apelos feitos em diversos estados nesse sentido para evitar riscos de propagação do coronavírus no dia das eleições.
Mas a grandeza dos números indica também que a eleição que opõe o republicano ao candidato democrata e ex-vice-presidente, Joe Biden, está a mobilizar os americanos.

Tanto democratas como republicanos têm promovido o recurso ao voto antecipado e feito campanhas de sensibilização para a importância da participação eleitoral. No entanto, o discurso de Trump é contraditório com esses esforços do Partido Republicano, já que o presidente dos EUA continua a alegar que está em curso uma massiva fraude eleitoral assente no voto por correspondência.

Por outro lado, a adesão ao voto antecipado acontece apesar de esforços de alguns responsáveis políticos. Recorrendo novamente ao exemplo do tradicionalmente conservador estado do Texas, o governador republicano Greg Abbott, como escreve o Financial Times, limitou a apenas uma secção de voto por circunscrição eleitoral o número de locais para votar antecipadamente de forma presencial.

Note-se que o próprio líder dos correios dos Estados Unidos, Louis DeJoy, um aliado de Trump e dos maiores angariadores de fundos para os republicanos, tem vindo a aplicar cortes no serviço postal que têm provocado enormes atrasos de entregas. O próprio Trump já cortou o financiamento ao serviço postal.

Quanto maior for a opção pelo voto antecipado, maior o período de tempo que poderá levar a determinar o vencedor das eleições. Isto porque a generalidade dos estados americanos, como por exemplo o decisivo estado da Pensilvânia, não vão iniciar a contagem dos votos antecipados antes do dia das eleições.

E uma vez que os números indicam maior mobilização do eleitorado democrata no recurso ao voto antecipado, quando, a 3 de novembro, começarem a ser contabilizados os votos em urna, Trump tenderá a ficar em vantagem sobre Biden. E assim poderá permanecer durante alguns dias.

Segundo a média de sondagens nacionais calculada pelo site FiveThirtyEight, Joe Biden (52,1%) lidera as intenções de voto com uma vantagem de nove pontos percentuais sobre Donald Trump (43,1%).
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