Fatura 150 milhões de euros e emprega cerca de 900 pessoas, que estão espalhadas sobretudo pelos suas fábricas em Portugal, Espanha, França e Reino Unido – trata-se de uma multinacional, de capitais maioritariamente portugueses, que em tempos de pandemia decidiu ajudar o maior hospital do distrito onde nasceu há 19 anos.

A Purever Industries, fabricante de produtos de isolamento e refrigeração, ofereceu ao Hospital de São Teotónio, em Viseu, uma unidade modular de triagem da covid-19.

"Projetada e construída numa semana", esta infraestrutura já está em pleno funcionamento, junto à entrada para o serviço de urgência polivalente do hospital, e a entrega será simbolicamente oficializada ao final da manhã da próxima quinta-feira, 23 de abril, avança o grupo empresarial, em comunicado.

Conta a Purever que, estando sediada em Nelas, decidiu contactar os profissionais do Serviço Nacional de Saúde e responsáveis pela gestão do Centro Hospitalar Tondela - Viseu, disponibilizando todas as soluções no âmbito da nossa atividade Purever Tech para "Life science & Health", nomeadamente na construção de salas limpas, construções modulares para hospitais e laboratórios.

"O Hospital de São Teotónio partilhou com a Purever Tech a vontade de separar o atendimento dos casos suspeitos de covid-19 do dos pacientes hospitalares regulares, através de uma instalação completamente independente e com um espaço adequado para a realização dos testes de diagnóstico", relata a empresa.

Foi então que "a Purever Tech, apoiada na estrutura industrial da fábrica de Nelas, assumiu o desafio de planificar e executar o projeto cuja construção demorou uma semana, tendo de imediato começado a receber casos suspeitos de covid-19",revela Vitor Neves, CEO da Purever Industries.

O novo centro de triagem da covid-19 do Hospital de Viseu é um edifício modular com 140 metros quadrado, receção e zona de espera, duas salas de consulta, sala de apoio, sala de raio-x, instalações sanitárias e áreas de trabalho para médicos e enfermeiros, de triagem e de tarefas administrativas.

O grupo Purever garante que esta nova unidade de emergência "foi concebida com materiais otimizados para salas limpas e estéreis".

O sistema de construção "é estanque, oferecendo a possibilidade de criar salas com pressão negativa por meio de um sistema profissional de ar condicionado que controla o fluxo de ar, criando, assim, uma resposta técnica a exigências de confinamento ou de contaminação como a covid-19", afiança a mesma fonte.

A Purever nasceu em 2001 de um "management buy out" sobre a Dagard Ibérica, cuja unidade em Nelas tinha resultado de uma "joint venture" entre o grupo francês (65%) e a Sonae (35%).

Luís Borges, que era director-geral internacional da empresa gaulesa, foi um dos seis quadros do grupo que corporizaram o MBO e é actualmente o principal acionista do grupo.