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PSD contraria Marcelo e diz que testes não são única razão para nova vaga de covid-19
O PSD alerta que a mobilidade de pessoas pelo país, acrescida à abertura dos aeroportos, "pode levar a um aumento exponencial de casos".
O PSD discorda da tese avançada por Marcelo de que o aumento dos casos de covid-19 em Lisboa é explicado pelo número de testes, assumindo que esta não será a única justificação para os números, citando a própria Direção Geral de Saúde (DGS).
"De acordo com os técnicos de epidemiologia da DGS, a situação que estamos a viver é a representação de uma segunda onda de covid-19 e não é o resultado, apenas e só, do aumento de testagem", afirmou o deputado do PSD Ricardo Baptista Leite, em declarações aos jornalistas, apontando que neste momento há 65 focos a nível nacional, 53 dos quais na região de Lisboa.
Marcelo Rebelo de Sousa assegurou que não há qualquer descontrolo da pandemia em Portugal, nem na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), no final da reunião entre especialistas em saúde pública e os representantes dos órgãos de soberania nacionais que decorreu ao longo desta manhã, na sede do Infarmed. O PSD também esteve presente e sai com conclusões opostas.
O "partido laranja" alerta que a juntar a mobilidade de pessoas pelo país, acrescida à abertura dos aeroportos, "pode levar a um aumento exponencial de casos" e que não ter "o mesmo rigor no isolamento" que no Estado de emergência dará origem a mais surtos por todo o país, deitando por terra o esforço levado a cabo até agora e pondo em causa o turismo e a retoma da economia.
Para o PSD, os aeroportos são uma porta de entrada de novos casos que "carece de resolução", onde vão passar a entrar "centenas" de voos a partir de 1 de julho. Como exemplo, assinala que os Estados Unidos e o Reino Unido obrigam os cidadãos portugueses a um período de quarentena no caso de entrarem nestes territórios, enquanto por cá não existe obrigatoriedade de testagem antes de receber visitas de estrangeiros por esta via.
Esta situação, defende Baptista Leite, "carece de intervenção" uma vez que já está a traduzir-se no aumento do número de doentes nos cuidados intensivos. "A mensagem clara desta reunião é que nós precisamos de ter uma ação mais dirigida", anunciou, fazendo referência à possibilidade de avançar com a aplicação de mapeamento, ao mesmo tempo que sublinhou o papel importante que pode ser dado às autarquias na sensibilização, sob a batuta da DGS.