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Poupança mundial de 2,9 biliões deverá impulsionar a recuperação económica

Os consumidores nas maiores economias do mundo pouparam 2,9 biliões de dólares a mais durante as restrições da covid19, um grande tesouro que cria potencial para uma recuperação poderosa após a recessão causada pela pandemia.

O segundo confinamento geral vai provocar uma forte recessão no primeiro trimestre deste ano. A forma como for levantado e o controlo da pandemia serão determinantes para a evolução da economia.
Vítor Sousa
06 de Março de 2021 às 14:00
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As famílias nos EUA, China, Reino Unido, Japão e nos maiores países da Zona Euro decidiram poupar quando foram obrigadas a ficar em casa e longe das lojas por causa do coronavírus, de acordo com estimativas da Bloomberg Economics. É provável que continuem a guardar dinheiro com a manutenção das restrições e injeção de estímulos por parte dos governos.

Metade desse valor - 1,5 biliões - foi poupado só nos Estados Unidos, segundo os dados. O montante é pelo menos o dobro do crescimento médio anual do PIB registado na última expansão e equivalente ao PIB da Coreia do Sul.



Essa poupança deve servir de combustível para que as economias recuperem quando a covid-19 for finalmente controlada e as vacinas distribuídas.

Os otimistas apostam numa maratona de compras com o regresso dos consumidores às lojas, restaurantes, locais de entretenimento, pontos turísticos e eventos desportivos, bem como mais compras de bens dispendiosos. Os menos confiantes questionam se o dinheiro será usado para pagar dívidas até que a crise de saúde passe e os mercados de trabalho pareçam mais fortes.

Nos EUA, se todo o dinheiro poupado no último ano fosse gasto, isso impulsionaria o crescimento económico para até 9%, em vez dos 4,6% atualmente estimados para o PIB de 2021, de acordo com a BE. Em contraste, se o dinheiro não for gasto, a economia crescerá provavelmente apenas 2,2%.

"O verão de 2020 acabou por ser um falso amanhecer, mas também mostrou como as economias podem recuperar rapidamente quando os controlos da covid-19 forem removidos", disse Maeva Cousin, economista sénior da Zona Euro da Bloomberg Economics. "Poderia acontecer o mesmo em 2021? As grandes poupanças das famílias devido aos confinamentos são uma razão para estarmos confiantes de que a procura deve recuperar muito."



Os EUA não estão sozinhos. As famílias chinesas colocaram 2,8 biliões de yuans (cerca de 430 mil milhões de dólares) a mais nas suas contas bancárias do que o normal. Da mesma forma, os depósitos aumentaram em 32,6 biliões de ienes (cerca de 300 mil milhões de dólares) no Japão e em 117 mil milhões de libras (cerca de 160 mil milhões de dólares) no Reino Unido. Nas maiores economias da Zona Euro, a poupança conjunta subiu 387 mil milhões de euros, liderada pelos 142 mil milhões de euros da Alemanha.

Um fator que pode aumentar o desejo de esbanjar: taxas de juro baixas que reduzem o apetite por manter o dinheiro no banco.

Mas há o risco de as pessoas optarem por usar as poupanças para pagar dívidas ou decidirem preservar os orçamentos familiares devido a riscos contínuos para a saúde ou a preocupação de que a recuperação do mercado de trabalho seja lenta.

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