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Portugal vai desconfinar por níveis
Portugal vai desconfinar por níveis com, pelo menos, duas semanas de intervalo entre eles. Entretanto, no final do mês, o comércio deverá reabrir com venda ao postigo, entre outras novidades.
Quando começar a desconfinar, Portugal deverá guiar-se por 4 níveis delimitados pela incidência a 14 dias.
Segundo Óscar Felgueiras, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, o nível mais confortável corresponde a um máximo de 30 casos por 100 mil habitantes numa média móvel a 14 dias, o nível "baixo" deve manter-se entre o 30 e os 60, altura em que o risco passa a "médio". Mais de 60 casos faz corresponder ao nível de risco "alto" e, assim que ultrapasse os 120 considera-se alto.
Segundo o investigador, "a situação desejável é estar no risco 2 – uma situação relativamente controlada" e adianta que "estamos no patamar três, a aproximar do dois".
A um nível local, Óscar Felgueiras sugere ainda que as autoridades de saúde não se guiem apenas pela incidência nos concelhos, mas também pela incidência nos concelhos limítrofes e garante que "se usarmos este mapa temos uma mancha mais homogénea que facilita a identificação de zonas de maior risco".
Raquel Duarte, da ARS Norte, apresentou um plano com base em inquéritos realizados junto de especialistas de várias áreas e levantou algumas dúvidas quanto à aplicabilidade de medidas levadas a cabo noutros países.
A investigadora acredita que, quando abrirem, todos os concelhos deverão começar com medidas de nível quatro. Serão "medidas de precaução, todas faseadas, mas que permitem um grau de estabilidade".
Nem todas as caraterísticas de cada nível foram hoje apresentadas, mas a investigadora adianta alguns exemplos. Ate ao nível dois propõe-se que haja restrições de funcionamento e de horário como a abertura dos estabelecimentos de segunda a sexta-feira até as 21 horas e ao sábado até às 13 horas. Os autocarros poderão também começar a circular com apenas 25% da capacidade.
Nas escolas, o país começa por abrir o ensino pré-escolar e infantil, podendo abrir duas semanas mais tarde, e consoante se alcance o nível 3, abrir o primeiro e segundo ciclo.
O comércio deverá poder abrir no nível quatro só com venda ao postigo. Quando baixar para nível 3, duas semanas depois, poderão abrir mas com limite de pessoas por metro quadrado.
Os restaurantes vão manter-se como estão, podendo duas semanas depois, mediante avaliação, abrir esplanadas com limite de quatro pessoas por mesa.
Também o convívio familiar vai ter novas recomendações. Quando se chegar ao nível três deverá ser possível reunir com seis pessoas fora do agregado, mas pertencentes à mesma "bolha" socio-familiar.
Passar para o nível inferior depende de uma avaliação e dar-se-à "sempre que o nível de risco for inferior ao nível das medidas". Já "perante agravamento, deverão ser analisadas as causas e mantida a vigilância durante as duas semanas seguintes. Só o aumento do patamar de risco na segunda avaliação pode aumentar as medidas restritivas. A manutenção do nível dois em duas avaliações sucessivas permite passar para medidas de nível um".