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Portugal a "meio da tabela" em contágios na segunda vaga da pandemia na Europa

Mesmo com o número de contágios a disparar em outubro, Portugal apresenta um número de novos casos de infeção pelo coronavírus muito inferior a vários países europeus e surge sensivelmente a meio da tabela entre 46 países. Veja como evoluiu a situação nos diversos países da Europa.

24 de Outubro de 2020 às 10:00
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Mesmo com a explosão no número de contágios do coronavírus Sars-Cov-2 registada em outubro, Portugal tem-se mantido longe dos níveis dos países europeus mais afetados na segunda vaga da pandemia.

É verdade que a média a sete dias de novos casos diários passou de 725 no final de setembro para mais do triplo - atingiu um recorde de cerca de 2.363 esta sexta-feira -, mas quando considerada a média a sete dias em função da população, indicador que permite comparar países de diferente dimensão, Portugal está ainda distante do Top 10 de países mais afetados.

Desde o início de março, aliás, o lote de países mais afetados em termos de novos contágios por milhão de habitantes foi "rodando" frequentemente. Aqui, há que ressalvar que entre os países com valores mais elevados surgem por diversas vezes São Marino e Andorra, que têm populações muito diminutas - 39 mil e 77 mil habitantes, respetivamente - onde um pequeno surto inflaciona bastante os números.

Na primeira quinzena de março, por exemplo, São Marino surgia destacado, com 270 casos por milhão de habitantes, o que correspondia na altura a uma centena de infetados em termos acumulados. Seguia-se a larga distância a Islândia, com 41,5 infeções por milhão de residentes. Isto num país com uma população de aproximadamente 350 mil.

Na terceira posição surgia o primeiro país "grande": Itália. E logo atrás estava Espanha.

Portugal estreia-se no Top 10 no início de abril
A 2 de abril Portugal consta pela primeira vez do lote de dez países com mais novos casos em função da população. O país ocupava a nona posição, com 75,5 novos contágios diários por milhão de habitantes. 

Excluindo os países com menos de um milhão de residentes, superavam os valores de Portugal a Espanha, Suíça, Bélgica e Itália.

Desde então, Portugal foi presença habitual no Top 10 até ao final da terceira semana de julho, tendo, a 31 de maio, chegado mesmo a ser o quarto país com o pior cenário neste indicador. Com números mais negativos, na altura, só mesmo a Bielorrússia, Suécia e Rússia.

A prolongada "estadia" de Portugal entre os 10 países mais atingidos refletia o famoso "planalto" registado no país, em que os casos desceram, mas não tanto como noutros países, e estabilizaram. 

"Querido mês de agosto" afasta Portugal dos piores países
Em agosto, finalmente, os contágios em Portugal desceram de forma significativa - foi o mês com menos casos desde o início da pandemia - e o país desapareceu definitivamente do Top 10.

Nesta altura, ascenderam ao topo da lista com mais casos por milhão de habitantes países que tinham até então passado "ao lado" da pandemia, sendo que nalguns casos por realizarem poucos testes.

A 15 de agosto, por exemplo, dos 10 países com piores indicadores apenas Espanha, Luxemburgo e Bélgica eram habituais na lista. 

Malta, Montenegro, Bósnia Herzegovina, Macedónia, Roménia e Albânia surgiam no Top 10.

Alarmes na Europa soam em meados de setembro
Com o início do ano letivo, em setembro os novos contágios começaram a acelerar um pouco por toda a Europa. E, a meio do mês, existiam já sinais de alarme com o crescimento em países como Espanha, França, República Checa ou Bélgica, todos já acima de 100 novos casos por milhão de habitantes.

A 30 de setembro, Andorra surgia com 530 casos por milhão de habitantes. O principado registou 874 infeções em setembro, o que num território com apenas 77 mil habitantes levou a um rácio muito superior ao dos restantes países.

Nessa data, Montenegro, outro país com uma população inferior a um milhão (628 mil) apresentava 323 novos casos por milhão de residentes. 

Seguiam-se países de grande dimensão: Espanha (com 230 casos por milhão de habitantes), França (181), Holanda (162), Bélgica (159). E a fechar o Top 10 surgia o Reino Unido, com 90 casos por milhão de residentes.

A explosão de outubro
Em outubro, o ritmo de contágios cresceu de forma exponencial um pouco por toda a Europa. 

A 22 de outubro, a passada quinta-feira, Andorra surgia com 1.148 casos por milhão de habitantes. Seguiam-se a República Checa, com 929, e a Bélgica, com 874, países que já estão a implementar medidas para conter a pandemia, tendo o primeiro-ministro belga falado mesmo num "tsunami" que se está a abater sobre o país.

A situação na Bélgica é agravada pelo elevado número de mortes, que ascende já a 10.588. O país é o segundo do mundo com mais óbitos por covid-19 por milhão de habitantes (912).

Ainda no lote de países com mais novas infeções em relação à população surgem a Holanda (474 casos por milhão de habitantes), a Eslovénia (415) e o Liechtenstein (400).

França (390) e Suíça (384) aproximam-se rapidamente da fasquia dos 400 novos contágios diários por milhão de residentes. 

Ainda acima dos 300 casos por milhão de habitantes encontram-se o Luxemburgo, Montenegro, Espanha e Malta.

Portugal ocupa a 19.ª posição, com 211 novos contágios diários por milhão de residentes.

Entre os países com populações acima de 10 milhões, apenas a Alemanha, Suécia e Grécia registam menos de uma centena de novas infeções por milhão de habitantes.
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