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Nova matriz de risco de infeção está ainda nas mãos dos peritos

O avanço no processo de vacinação e a progressiva imunização da sociedade, em particular da faixa etária acima dos 60 anos, levou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a defender, na terça-feira, a alteração da matriz de risco.

Rodrigo Antunes / Lusa
27 de Maio de 2021 às 21:24
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O Conselho de Ministros desta quinta-feira não tomou qualquer decisão quanto à potencial adoção de uma nova matriz de risco referente aos critérios a seguir no desconfinamento do país, pela necessidade de obter informação científica. Informação essa que será prestada na reunião com os peritos em saúde pública que terá lugar, esta sexta-feira, uma vez mais, na sede do Infarmed, em Lisboa.

 

"Quando consultamos os peritos, aquilo que procuramos é saber as medidas ainda necessárias e quais eventualmente possam ter deixado de ser necessárias", disse a ministra de Estado e da Presidência na conferência de imprensa que se seguiu ao encontro do elenco governamental.

 

Mariana Vieira da Silva garantiu que o Governo não quer mudar a matriz de risco apenas para beneficiar Lisboa, mas considera essa possibilidade porque, desde o início da pandemia, estabeleceu como regra que só adotaria as medidas estritamente necessárias e não mais do que isso, até por forma a minimizar o impacto das restrições na economia.

 

"Não vale a pena encontrarmos objetivos finais para a matriz a não ser mantermos a pandemia controlada", reiterou.

 

A governante reconheceu que a matriz de risco adotada em inícios de março "conferiu estabilidade neste processo de desconfinamento" e "é evidente que isso tem vantagens", contudo é sempre necessário tomar as medidas que sejam mais adequadas a cada momento e, por isso mesmo, o Executivo pediu uma reavaliação aos especialistas face ao atual contexto de desagravamento da crise pandémica.

 

Certo é que se houver "vantagens" na mudança das regras, é isso que o Executivo decidirá, reiterou a ministra Vieira da Silva.

 

O avanço no processo de vacinação e a progressiva imunização da sociedade, em particular da faixa etária acima dos 60 anos (na qual o risco de morte pela covid-19 é mais elevado), levou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a defender, na terça-feira, a alteração da matriz de risco.

 

Surgiram várias críticas a uma possibilidade que estaria só a ser considerada porque, ao contrário do verificado em semanas anteriores, ser agora Lisboa e Vale do Tejo uma das regiões do país com maiores níveis de incidência.

 

Foi precisamente este aumento de contágios a colocar várias freguesias lisboetas com mais de 120 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, três das quais – Arroios, Misericórdia e Santa Maria Maior – mesmo para cima de 240 novos casos. Circunstância que levou o Governo a pôr o concelho da capital em situação de alerta, uma das sete exceções à situação de calamidade prolongada até 13 de junho na generalidade do território nacional.

 

Dado o agravamento da situação pandémica em algumas regiões, o Governo chegou a admitir – tendo posteriormente recuado – reforçar a vacinação nas zonas mais turísticas tais como Lisboa e o Algarve. Ainda antes do recuo já o presidente da câmara do Porto, Rui Moreira, acusava o Executivo de ter "dois pesos e duas medidas".

 

Já esta quinta-feira, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, defendeu que a mudança das regras é contraproducente, pois dificulta a perceção das pessoas.

 

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