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Marcelo: "Se 2020 foi o ano de luta pela vida, 2021 tem de ser o início da recuperação social"

O Presidente da República apelou esta quarta-feira aos portugueses "ainda mais um esforço para evitar andar para trás" e apontou a recuperação social como o foco prioritário, mais ainda do que a economia. Marcelo Rebelo de Sousa admitiu a necessidade de "confinamentos locais" para salvar o verão.

Marcelo Rebelo de Sousa inicia esta terça-feira o seu segundo mandato, com uma cerimónia de tomada de posse no Parlamento.
Rodrigo Antunes Lusa
14 de Abril de 2021 às 20:10
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O Presidente da República apelou esta quarta-feira aos portugueses "ainda mais um esforço para evitar andar para trás".

Numa mensagem ao país a partir de Belém, o chefe de Estado começou por dizer que "desejaria que esta fosse a última renovação do estado de emergência", referindo-se à 14.ª renovação do estado de exceção, que irá vigorar de 16 a 30 de abril.

Marcelo Rebelo de Sousa centrou o discurso na dimensão social, notando que no campo económico já há os primeiros sinais de alguma recuperação.

"No dia 6 de novembro de 2020 decretei o segundo e mais longo estado de emergência que conhece aquela que deveria ser a sua última renovação, até 30 de abril", começou por referir o Presidente, acrescentando que "o período mais difícil foi o que se seguiu ao confinamento geral de janeiro, com quase três meses de confinamento geral mais intenso".

E, agora, sublinhou "quero pedir-vos ainda mais um esforço para tornar impossível o termos de andar para trás".

Mas o Presidente não deixou de advertir para os perigos da excessiva descontração nos comportamentos com o desconfinamento em curso e apontou as preocupações sociais como prioritárias. "Quando o desconfinamento cria a sensação de alívio definitivo, o caminho que se segue ainda vai ser muito trabalhoso, sobretudo nas áreas em situação mais crítica", alertou.

Marcelo Rebelo de Sousa, no entanto, sublinhou que "o desconfinamento deve seguir o seu curso". O Presidente admitiu que "para que o estado de emergência caminhe para o fim, para que o desconfinamento possa prosseguir sempre com a segurança de que o calendário das restrições e os confinamentos locais, se necessários, garantam um verão e um outono diferentes".

"Os números decisivos são os da pressão nas estruturas de saúde, agora paralisados. Mais complicados do que os números da economia é a situação das pessoas", frisou. E, notou, "a economia demorará a dar os passos da reconstrução, mas a sociedade demorará muito mais".


Marcelo apontou o impacto na vida pessoal e profissional "de todos", identificando vários problemas sociais como a "desorientação na vida de milhares de estudantes", o agravamento da pobreza e das desigualdades e o isolamento dos idosos.

"Se 2020 foi o ano da luta pela vida e pela saúde, 2021 terá de ser o ano do início da reconstrução social sustentada e justa", proclamou.

Esta quinta-feira o Governo irá anunciar, após a reunião do Conselho de Ministros, como irá prosseguir com o plano de desconfinamento, cuja terceira fase está prevista para 19 de abril. A grande questão em cima da mesa será a aplicação do alívio de restrições nos concelhos com uma situação epidemiológica mais grave e nos municípios limítrofes.
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