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Líderes europeus querem manter fronteiras abertas na UE e acelerar testagem

No final do Conselho Europeu extraordinário, o primeiro-ministro português revelou que os líderes europeus reafirmaram o "objetivo de não haver encerramentos de fronteiras" apesar do agravar da crise pandémica. UE aposta em estratégia de reforço da capacidade de testagem à covid-19.

Lusa
29 de Outubro de 2020 às 20:51
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Os líderes da União Europeia decidiram esta quinta-feira promover um "incremento da troca de informações entre todos os Estados-membros sobre as diferentes medidas que vão adotando e o sucesso que vão tendo", informou o primeiro-ministro português no final da cimeira realizada por videoconferência. 

Após o encontro telemático, António Costa adiantou ainda que a Comissão Europeia decidiu avançar com a "constituição de uma comissão científica integrando peritos de todos os Estados-membros" a fim de aprofundar o conhecimento detido sobre a covid-19. 

O líder do Governo português disse ainda que nesta cimeira destinada a reforçar a cooperação e coordenação no combate à pandemia ao nível comunitário foram ainda tratados outros "quatro temas fundamentais". 

Depois das críticas feitas inclusivamente por responsáveis comunitários aos encerramentos unilaterais de fronteiras durante a reação à primeira vaga da pandemia, António Costa revelou que, desta feita, foi "reafirmado por todos [os Estados-membros] o objetivo de não haver encerramentos de fronteiras".   

A intenção passa agora por "manter as fronteiras a funcionar entre todos os Estados-membros", acrescentou em declarações transmitidas pela RTP3. 

Como estava já previsto na ordem de trabalhos revelada antes desta cimeira, foi ainda ajustada uma estratégia destinada a responder à "necessidade de complementar testes de diagnóstico PCR com a utilização massiva de testes rápidos antigénio", continuou Costa notando serem estes os testes rápidos que serão usados em Portugal a partir de 9 de novembro. 

Há ainda uma "necessidade de reconhecimento mútuo sobre a validade destes diferentes testes de forma a acelerar a testagem e a possibilidade de isolamento de quem teste positivo". Ou seja, explicou o primeiro-ministro, a estratégia assenta na ideia de fazer testes "mais baratos, mais rápidos e que dispensam capacidade laboratorial", permitindo assim detetar mais rapidamente infeções. 

Costa comunicou também que a Comissões fez um "forte apelo" com vista ao "desenvolvimento das aplicações [como a STAYAWAY COVID] de forma a assegurar a traçabilidade dos contágios", permitindo assim poupar os esforços levados a cabo pelos países no "rastreamento das cadeias de contacto". Note-se que ainda esta quarta-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, dizia que as autoridades germânicas não estavam a conseguir detetar a origem dos contágios, um dos argumentos usados para justificar a imposição de um mês de confinamento parcial. 

O primeiro-ministro deu conta de que durante esta cimeira houve "muitos elogios" dirigidos à Grécia e à Irlanda por terem atingido uma cobertura de 70% das suas populações que já instalaram uma aplicação de rastreio da covid. 

Mais de 2,5 milhões com app em Portugal
Já na resposta aos jornalistas presentes em São Bento, António Costa lembrou que a Assembleia da República continua a avaliar a possibilidade de a aplicação passar a ser, tal como as máscaras, de uso obrigatório. 

Seja como for, o "abanão" dado por Costa contribuiu para um relevante aumento de instalação da aplicação: "Creio que já passámos os 2,5 milhões de pessoas em cerca de 6,2 milhões de telemóveis com capacidade para a aplicação", revelou. 

"A Comissão Europeia quer concluir, até ao final de onvembro, a interoperabilidade de todas estas aplicações [ao nível da UE] de forma a que na circulação entre países todos possamos estar protegidos", prosseguiu. 

O quarto e último tema fundamental diz respeito à vacinação. O também secretário-geral do PS que a Comissão informou que a disponibilização de vacinas contra a covid-19 será iniciada "ao longo dos próximos meses", porventura já nos primeiros meses de 2021, e disse que todos os países da UE terão de concluir as suas estratégias nacionais de vacinação durante o próximo mês de novembro. 

Este esforço de cooperação é para manter, pelo que os líderes europeus decidiram "prosseguir estas reuniões extraordinárias", desde logo para responder de forma mais eficaz à "subida significativa que em todos os países se está a verificar ao nível da pandemia", concluiu. 

Portugal voltou, esta quinta-feira, a atingir um novo recorde de novos casos de covid-19, dia aproveitado pelo Presidente da República para alertar para a gravidade da situação. Marcelo Rebelo de Sousa deixou mesmo no ar a possibilidade de, mediante consenso político, ser decretado novamente o estado de emergência. 

Esta sexta-feira, o primeiro-ministro recebe os partidos para medir o pulso dos líderes partidários sobre as medidas que consideram necessárias para responder à deterioração da situação pandémica. Já no sábado será a vez de o Conselho de Ministros se reunir com carácter extraordinário para decidir quais as novas medidas de maior restrição que serão adotadas. António Costa falará ainda no sábado ao país e Marcelo deverá fazê-lo durante a próxima semana. 

(Notícia atualizada)
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