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Grupos de media pedem "medidas urgentes" para combater crise provocada pela covid-19
A plataforma que junta cinco grupos de media pede “medidas urgentes” para combater a queda das receitas. E revela ter ficado surpreendida e preocupada “face à ausência de um programa de ação” dirigido ao setor.
A Plataforma de Media Privados – constituída pela Cofina, Global Media, Impresa, Media Capital, Público e Renascença – revelou ter ficado surpreendida por o programa de apoios do Governo para combater a crise provocada pela covid-19 não abranger o setor dos media. E alerta que a sobrevivência do setor pode estar em causa se não houver "medidas urgentes".
Em comunicado, os grupos de media começam por explicar que a "actual crise terá fortes impactos negativos em todo o tecido económico e social. Muitos já se fazem sentir de forma aguda num conjunto amplo de sectores da actividade económica, onde os media se incluem".
"A quebra pronunciada de receitas, os fortes acréscimos de custos, as dificuldades na produção, logística e distribuição de publicações não minam a nossa vontade, mas comprometem seriamente a nossa sobrevivência se nada for feito para apoiar quem pretende manter-se ao serviço de todos", sublinha.
Por estas razões, não podem "deixar de exprimir a sua surpresa e preocupação face à ausência de um programa de acção dirigido aos media. Pelos profundos impactos da actual crise sobre o sector, não esperamos menos do que o previsto para os sectores do Turismo e da Cultura. Impõem-se medidas urgentes, para as quais estamos, desde já, disponíveis para contribuir", acrescentam.
Apesar dever com bons olhos as medidas anunciadas pelo Governo no que toca à flexibilização das contribuições tributárias, a PMP diz que "nada é avançado para eliminar a situação de imoralidade fiscal de que beneficiam as plataformas e outros concorrentes globais instalados no nosso território", como o Google e o Facebook. Por isso, considera que "a introdução de obrigações sobre estes actores permitiria, a um tempo, mitigar os efeitos orçamentais negativos da crise e introduzir decência no mercado, agora especialmente fragilizado".
"O estado de emergência em vigor não deve colocar entraves ao funcionamento da cadeia de valor informativa, da produção à distribuição, incluindo a manutenção dos pontos de venda. Não teremos forma de cumprir a nossa missão se tal não se verificar. E todos ficaríamos a perder", conclui a plataforma que junta cinco grupos de media privados.