Notícia
Delegado do INEM-Porto diz que só evitou que se deitassem vacinas ao lixo
António Barbosa disse ter colocado o seu lugar à disposição da administração -- e não apresentado a sua demissão -- depois de ter sido noticiado que o instituto tinha vacinado contra a covid-19 funcionários de uma pastelaria no Porto.
30 de Janeiro de 2021 às 18:38
O delegado do INEM no Porto assumiu hoje que autorizou a vacinação de 11 funcionários de uma pastelaria próxima, mas recusou qualquer favorecimento, assegurando que se tratou apenas de evitar que as vacinas fossem para o lixo.
Falando hoje aos jornalistas no INEM-Porto, António Barbosa disse que a vacinação dessas pessoas obedeceu apenas a um critério de "disponibilidade e proximidade" e não outro.
Segundo a sua versão, havia mais 11 vacinas preparadas para o pessoal do INEM do que o que se veio a verificar ser necessário e a alternativa ao que determinou seria o desperdício.
"Atendendo o que está descrito na norma, a alternativa a vacinar cidadãos próximos seria descartar, literalmente deitar ao lixo", disse.
Uma resposta à pedidos de esclarecimento da Lusa referia, contudo, que "os prazos estipulados para administração das vacinas após descongelação e diluição, bem como a logística de todo este processo de vacinação, nomeadamente a exigência de condições de assepsia na sua preparação, não permitiriam a administração destas doses sobrantes a pessoas externas, e em ambientes externos ao INEM".
António Barbosa disse ter colocado o seu lugar à disposição da administração -- e não apresentado a sua demissão -- depois de ter sido noticiado que o instituto tinha vacinado contra a covid-19 funcionários de uma pastelaria no Porto, confirmou à Lusa fonte do instituto.
Segundo o Correio da Manhã, que avançou a notícia, "todo o 'staff' do estabelecimento, situado na porta ao lado do INEM, no Porto, recebeu já as duas doses da vacina".
A situação do Porto é conhecida após a Associação Nacional de Emergência e Proteção Civil (APROSOC) ter denunciado, a vacinação de profissionais não prioritários na sede do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
O instituto respondeu então que recebeu 1.174 vacinas, mas como alguns profissionais essenciais não puderam ser vacinados por razões de saúde, sobraram 92 doses que foram dadas a outros funcionários, como forma de evitar desperdícios.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) anunciou na sexta-feira que vai verificar o cumprimento das normas e orientações aplicáveis ao processo de administração da vacina contra a covid-19.
"Esta inspeção vai abranger, nesta fase, as cinco administrações regionais de saúde, IP, os hospitais, os centros hospitalares e as unidades locais de saúde do Serviço Nacional de Saúde, bem como algumas entidades que integram os serviços centrais do Ministério da Saúde", adianta a IGAS numa nota de imprensa publicada no seu portal eletrónico.
Segundo a IGAS, a inspeção assenta em três vertentes: critérios de seleção das pessoas a vacinar dentro dos grupos prioritários, procedimentos de gestão das doses excedentes e medidas preventivas do desperdício.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.206.873 mortos resultantes de mais de 102 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 12.179 pessoas dos 711.081 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Falando hoje aos jornalistas no INEM-Porto, António Barbosa disse que a vacinação dessas pessoas obedeceu apenas a um critério de "disponibilidade e proximidade" e não outro.
"Atendendo o que está descrito na norma, a alternativa a vacinar cidadãos próximos seria descartar, literalmente deitar ao lixo", disse.
Uma resposta à pedidos de esclarecimento da Lusa referia, contudo, que "os prazos estipulados para administração das vacinas após descongelação e diluição, bem como a logística de todo este processo de vacinação, nomeadamente a exigência de condições de assepsia na sua preparação, não permitiriam a administração destas doses sobrantes a pessoas externas, e em ambientes externos ao INEM".
António Barbosa disse ter colocado o seu lugar à disposição da administração -- e não apresentado a sua demissão -- depois de ter sido noticiado que o instituto tinha vacinado contra a covid-19 funcionários de uma pastelaria no Porto, confirmou à Lusa fonte do instituto.
Segundo o Correio da Manhã, que avançou a notícia, "todo o 'staff' do estabelecimento, situado na porta ao lado do INEM, no Porto, recebeu já as duas doses da vacina".
A situação do Porto é conhecida após a Associação Nacional de Emergência e Proteção Civil (APROSOC) ter denunciado, a vacinação de profissionais não prioritários na sede do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
O instituto respondeu então que recebeu 1.174 vacinas, mas como alguns profissionais essenciais não puderam ser vacinados por razões de saúde, sobraram 92 doses que foram dadas a outros funcionários, como forma de evitar desperdícios.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) anunciou na sexta-feira que vai verificar o cumprimento das normas e orientações aplicáveis ao processo de administração da vacina contra a covid-19.
"Esta inspeção vai abranger, nesta fase, as cinco administrações regionais de saúde, IP, os hospitais, os centros hospitalares e as unidades locais de saúde do Serviço Nacional de Saúde, bem como algumas entidades que integram os serviços centrais do Ministério da Saúde", adianta a IGAS numa nota de imprensa publicada no seu portal eletrónico.
Segundo a IGAS, a inspeção assenta em três vertentes: critérios de seleção das pessoas a vacinar dentro dos grupos prioritários, procedimentos de gestão das doses excedentes e medidas preventivas do desperdício.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.206.873 mortos resultantes de mais de 102 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 12.179 pessoas dos 711.081 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.