Notícia
Administrador de hospital em Famalicão vacina mulher e filha contra covid-19
Salazar Coimbra, que chegou a ser candidato à Câmara pelo PSD e médico do Vitória de Guimarães, colocou familiares e amigos na lista de prioritários para a vacinação, à frente de profissionais que trabalham no serviço covid.
É mais um caso polémico a envolver as vacinas contra a covid-19. O administrador do Hospital Narciso Ferreira, em Riba de Ave, no concelho de Vila Nova de Famalicão, incluiu a filha e a mulher na lista de profissionais prioritários para a vacinação, deixando de fora dezenas de profissionais de saúde.
O caso é relatado pelo CM esta segunda-feira, 1 de fevereiro, detalhando que Salazar Coimbra mentiu sobre a profissão da mulher, "promovida" a médica do serviço de internamento Covid, e colocou também na lista de 137 pessoas enviada à ARS Norte a filha, que, apesar de ser médica, não exerce naquele hospital e está de licença há mais de um ano.
Outros familiares e amigos do administrador, que chegou a ser candidato à Câmara de Famalicão pelo PSD e médico do Vitória de Guimarães, terão sido vacinados com a primeira dose a 14 e 15 de janeiro, como um porteiro e uma prima rececionistas, passando assim à frente de médicos, enfermeiros e auxiliares que trabalham no serviço de internamento de doentes covid.
Este domingo, o Ministério da Saúde considerou "inaceitável qualquer utilização indevida de vacinas", sustentando que no caso de, por circunstâncias imprevistas, não ser possível administrar todas as doses definidas numa determinada entidade, a distribuição dessas vacinas deverá "observar as prioridades definidas pelo Plano de Vacinação".
A tutela de Marta Temido diz que serão reforçadas as "instruções para que as entidades responsáveis pela operacionalização do plano preparem, de antemão, uma lista de outras pessoas prioritárias a quem poderão administrar as vacinas, no caso de impossibilidade superveniente de alguma das pessoas inicialmente definidas, devendo ainda tal circunstância ser devidamente reportada".