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Costa: "É inimaginável" repetir no Natal as medidas "drásticas" adotadas na Páscoa
Os portugueses "têm de se organizar para ter reuniões mais pequenas", sugeriu o primeiro-ministro.
O primeiro-ministro ministro pediu hoje aos portugueses que se comecem já a organizar para passar o Natal em família e que regressem aos comportamentos de cautela adotados em março e abril face à pandemia, mas afastou que nessa altura venham a ser introduzidas medidas restritivas como aconteceu na Páscoa.
"A última coisa que podemos imaginar, acho que é inimaginável, é adotar no Natal medidas tão drásticas e autoritárias como as que usámos na Páscoa ao proibir as pessoas de se deslocarem de um concelho para o outro", disse António Costa em Bruxelas, em declarações transmitidas pela TVI24 à entrada do Conselho Europeu.
"Não podemos chegar ao Natal com os níveis de contaminação que temos atualmente", disse porém António Costa, lembrando que o Presidente da Republica já alertou os portugueses, "e bem", para se organizarem no Natal.
Os portugueses "têm de se organizar para ter reuniões mais pequenas", disse Costa, sugerindo "almoços com uns e jantar com outros", mas afastando "um decreto a dizer como as famílias se organizam".
No primeiro dia em que Portugal regressa ao estado de calamidade, o primeiro-ministro recordou que no início da pandeima, em março e abril, o "país foi exemplar na forma como soube conter o alastramento. Mesmo antes de ser decretado o estado de emergência as pessoas já estavam a retrair os comportamentos e a limitar a circulação e contatos".
"Mas o tempo mói" e as "pessoas vão quebrando a sua resistência", pelo que é necessário "recuperar o sentido de mobilização coletiva que o país teve em março e abril e que foi decisivo para poder controlar" a pandemia, ressalvou o primeiro-ministro.
"Evitar medidas que agravem a crise económica e social"
Reconhecendo que as novas medidas adotadas a partir de hoje são autoritárias, o que diz odiar, o primeiro-ministro lembrou que também foram autoritárias as medidas introduzidas no passado.
"Também é autoritário manter os bares encerrados e impor encerramento de muitas empresas. Também foi impedir as pessoas circularem para fora do concelho no período da Páscoa. Temos de ser tão menos autoritários quanto mais voluntariamente as pessoas aderirem todas" aos comportamentos adequados em pandemia".
"Fui sempre alertando que ninguém podia ter a ilusão que nos fechávamos em casa durante 15 dias e isto passava", disse António Costa.
Para o primeiro-ministro, são três os pontos essenciais que têm de ser preservados: capacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de responder doentes Covid e doentes não covid; assegurar a todo custo que a atividade letiva não é interrompida e não sofre sobressaltos e, por fim; evitar ter de tomar medidas que agravem a crise económica e social.
Lembrando que outros países estão a adotar medidas mais gravosas, como o recolher obrigatório, Costa afirmou que "temos de restringir com o mínimo custo possível" e ter "bom senso" na introdução e cumprimentos das medidas. Uma "pessoa sozinha na rua não faz sentido ter máscara", exemplificou.