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Como estão os países a lidar com os fechos das escolas?

Os dilemas são muitos: é seguro reabrir as escolas? Devem permanecer fechadas deixando muitas crianças com pais que trabalham em situações delicadas? E se ficarem as escolas fechadas, como deve ser administrado o ensino? E as avaliações?

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Não é só em Portugal que as escolas estão fisicamente fechadas. Muitos países europeus estão confrontados com a mesma necessidade de encerrar os estabelecimentos de ensino para combater a pandemia de covid-19.

Desta medida de saúde pública resultam várias questões. Por exemplo, é preciso saber como se garante a igualdade de oportunidades para os alunos, tendo em conta que têm contextos sociais diferentes e acesso diferenciado à tecnologia. É preciso também resolver o problema que se levanta para os alunos do ensino secundário, que fizeram um investimento com vista à entrada no ensino superior e que podem agora sentir-se prejudicados na preparação para os exames.

A maior parte dos países europeus prosseguiu com alguma forma de ensino à distância, seja através da internet, seja pela televisão, e alguns Estados já redefiniram o calendário de exames. Aqui ficam exemplos do que foi decidido.



Como os países estão a lidar com o ano letivo

Segundo a UNESCO, há 188 países com medidas de encerramento de escolas tomadas a nível nacional. A estes, juntam-se os que têm escolas fechadas em algumas regiões. A organização estima que 93,1% dos alunos do mundo estão afetados por estas medidas de contenção da pandemia.

Reino Unido
Todos os exames foram cancelados, indica um comunicado do Governo. As notas serão dadas com base nas avaliações existentes até ao encerramento físico das escolas. O professor vai indicar a nota que considera que o aluno conseguiria obter em exame, caso este se tivesse realizado. Depois, esse elemento será ponderado com o historial do aluno, por uma comissão centralizada. Será com uma nota ponderada que se candidata, por exemplo, à universidade. Se o aluno discordar, pode ir a exame no futuro.


França
As provas de avaliação foram suprimidas e substituídas por avaliação contínua. Os candidatos com 8 a 10 valores vão a oral, tal como habitualmente. Os candidatos com menos do que isso podem ir a uma prova escrita, mas em setembro. O mesmo acontece com os candidatos não inscritos e sem avaliação contínua. A segunda época de exames foi suprimida.


Portugal
A decisão sobre o que fazer com o ano letivo será anunciada a 9 de abril. O decreto presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa dá ampla margem para decidir e o Presidente da República já anunciou que em abril as escolas não reabrem. Pondera-se a possibilidade de regressarem a aulas presenciais apenas os alunos do ensino secundário, com disciplinas sujeitas a exame nacional para acesso ao ensino superior. Vai haver tele-escola para alunos até ao 9.º ano.


Suécia
Só as escolas a partir do ensino secundário (inclusive) estão fisicamente encerradas, decorrendo as aulas através de ensino à distância. No pré-escolar, os pais podem decidir não levar os filhos à escola, mas a partir do primeiro ciclo as crianças estão obrigadas a ir. Os exames nacionais foram todos cancelados por se considerar que os professores não conseguem adaptar-se a tudo (aulas à distância, correção atempada de exames).


Croácia
Está a disponibilizar ensino através da internet (para alunos dos 11 aos 18 anos) e da televisão (para crianças dos 7 aos 10 anos). Teve alguma facilidade em garantir uma boa cobertura porque antes da pandemia já estava a trabalhar na disponibilização do ensino à distância para toda a população. Tratou-se por isso de acelerar a implementação dos planos.


Itália
Beatrice Arena, professora em Francavilla al Mare, perto de Pescara, conta ao Negócios que a situação foi muito confusa de início. A lei indicava que o ano letivo deveria ser interrompido, mas o Governo pediu ensino à distância, sem explicar como. O calendário escolar não foi alargado e o ano será válido, mesmo que tenha menos de 200 dias de aulas, o mínimo até aqui exigido. Estão a ser disponibilizados computadores para quem precisa.


Espanha
No início, conta a imprensa espanhola, o Governo não recomendou o ensino à distância, por desigualdade no acesso (mas algumas escolas implementaram-no). Mais tarde acabou por recomendar. O segundo período foi dado como terminado a 12 de março. O terceiro período começa a 13 de abril, ainda com pouco detalhe sobre o modelo de avaliação a aplicar.


| Outras experiências pelo mundo

China
Está a disponibilizar conteúdos educativos pela internet e pela televisão, na tentativa de chegar ao maior número possível de alunos. Está também a oferecer computadores, pacotes de telecomunicações e subsídios aos alunos. Vai ter alguns exames online.


Japão
O Japão está a disponibilizar aulas pela internet e recalendarizou a época de exames. Ainda assim, vai manter avaliações presenciais, mas com maior espaçamento entre os alunos, para limitar os riscos de contágio da covid-19.


Emirados Árabes Unidos
Estavam mais preparados para lidar com o fecho de escolas porque já preparavam o ensino à distância, conta a UNESCO. Ainda assim, criaram uma hotline para dar apoio informático a alunos e professores.


Estados Unidos
Não têm uma decisão de encerramento de escolas a nível nacional - cada Estado pode decidir por si. Em vários Estados, o ensino à distância não é promovido, a menos que esteja garantido que todos têm acesso. Em Washington os exames foram cancelados.


Arábia Saudita
Apostou no ensino à distância tanto através da internet, como da televisão, para alargar a capacidade de chegar a mais alunos e limitar as desigualdades no acesso ao ensino. Está também a utilizar o Twitter para difundir as regras do ensino online.

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