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Carlos Costa defende emissão de eurobonds para enfrentar crise europeia

O governador do Banco de Portugal defende que o Estado deve conceder garantias aos bancos para que possam continuar a emprestar dinheiro às empresas e às famílias afetadas pela pandemia do novo coronavírus.

O BdP, liderado por Carlos Costa, quer uma maior responsabilização da gestão dos bancos na concessão de crédito a devedores de risco acrescido.
Miguel Baltazar
Negócios 20 de Março de 2020 às 09:30
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Para Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, a situação de emergência que se vive em Portugal e na maioria dos países europeus justifica a emissão dos chamados eurobonds.  E, num artigo de opinião publicado esta sexta-feira no Jornal Económico, defende ainda que o Estado deve conceder garantias aos bancos para que estes possam continuar a emprestar dinheiro às empresas e às famílias afetadas pela pandemia, de a que possam continuar a ter liquidez e a economia europeia não caia numa recessão profunda.

"Do lado orçamental, tratando-se de um desafio comum, o financiamento do esforço necessário para a resposta sanitária e para as políticas de apoio à economia em cada um dos estados membros deve, por isso, beneficiar de medidas inovadoras e de caráter excecional, como seja a emissão de títulos de dívida comunitários, as denominadas Eurobonds. Trata-se de uma situação claramente talhada para o financiamento no plano comunitário, na medida em que não existe risco moral e o interesse é comum", refere o governador.

No mesmo artigo, Carlos Costa alerta alinda que "com efeito, para continuar a fornecer crédito, num contexto em que o risco e a incerteza aumentaram exponencialmente, os bancos necessitam não só de ter a garantia de que não lhes faltará liquidez (o que lhes é dado pelos bancos centrais), como também a garantia de que não serão penalizados em termos de capital e de que o risco assumido se mantém dentro das suas capacidades. Por outras palavras, na falta de garantias públicas, a continuação do financiamento à economia pode ser prejudicada tanto pelo aumento de risco como pelo aumento de consumo de capital resultante de incumprimentos", acrescenta.

O governador considera ainda que "estamos perante um período transitório", em que é necessário ter a "musculatura suficiente para atravessar este rio de dificuldades, e retomar a marcha normal, isto é, recuperar o potencial de produção anterior à crise".

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