Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Associação de Reformados rejeita isolamento de idosos até fim do ano

Numa carta aberta ao Governo, a APRe chama a atenção para os perigos do isolamento entre os idosos e defende que o “confinamento sem fim à vista não é solução”, mas sim “o caminho mais curto para a demência senil”.

Reuters
20 de Abril de 2020 às 11:43
  • ...

"Confinar pessoas mais velhas durante meses seguidos configura um grave atentado aos Direitos Humanos" e "qualquer plano de levantamento de restrições tem que contemplar, necessariamente, todas as faixas etárias". Numa carta aberta enviada ao Governo, a APRe - Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados conteste fortemente que venha a ser imposto aos idosos um confinamento até ao final do ano.

 

Essa hipótese foi avançada na semana passada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e depois também pela ministra da Saúde, que admitiu que assim seja "se essa for a recomendação mais adequada".

 

"Quem profere ou defende tais declarações não mede o alcance do que diz. Estão a ser visadas pessoas que podem estar frágeis, carentes de afeto, longe de familiares ou amigos, mas também tantas outras que, com a mesma idade, estão enérgicas, com todas as faculdades activas, com vidas bem preenchidas e úteis à família e à comunidade", sublinha a carta da APRe, assinada pela presidente, Maria do Rosário Gama. "Umas e outras têm coração e têm sentimentos e não gostam nem aceitam que as ameacem de isolamento", avisa.

 

"O confinamento sem fim à vista não é solução, muito pelo contrário é o caminho mais curto para a demência senil ou uma sentença de morte antecipada para idosos que hoje têm autonomia", prossegue o documento. A APRe recusa "referências estigmatizantes que criem na sociedade a ideia, mais ou menos subtil, de que as pessoas mais velhas, apenas pela sua idade, não são bem vindas no espaço público e poderão constituir um fator acrescido para a expansão da pandemia"

 

"Não aceitamos um regime de confinamento que coloque os mais velhos isolados física e socialmente. Cidadãs e cidadãos de pleno direito, cumpriremos as medidas consideradas necessárias para conter e minorar a propagação do vírus no contacto social" e "nenhum poder democrático pode roubar a autonomia, a dignidade o direito de decisão e o prazer de viver dos seus cidadãos", remata.

 

Considerados grupo de risco, os cidadãos acima dos 70 anos têm durante o período do estado de emergência, um dever especial de proteção, o que significa que só podem sair de casa nos casos previstos na lei: ir às compras; ao médico ou à farmácia; ao banco, correios, ou à seguradora; ir à rua passear o cão ou para algum exercício físico, sendo que as atividades coletivas estão proibidas.

Ver comentários
Saber mais Governo Direitos Humanos Reformados APRe Aposentados Pensionistas questões sociais política saúde
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio