A economia da Zona Euro contraiu mais do que o esperado nos últimos três meses do ano, penalizada pelo desempenho das três principais economias da união monetária.

O produto interno bruto (PIB) da Zona Euro recuou 0,6% no quarto trimestre em relação ao trimestre anterior, uma descida mais grave do que a quebra de 0,4% esperada pelos economistas consultados pela agência Bloomberg.

É o pior desempenho da união monetária desde o primeiro trimestre de 2009, período em que o mundo estava a sentir os efeitos da falência do gigante Lehman Brothers, de acordo com os dados do gabinete de estatísticas da Comissão Europeia, Eurostat, divulgados esta quinta-feira, 14 de Fevereiro. Entre Janeiro e Março de 2009, a economia da Zona Euro contraiu perto de 3%.

A união das 17 nações europeias está a contrair há três trimestres consecutivos (-0,2 no segundo trimestre, -0,1% no terceiro trimestre e 0,6% no quarto), já que o PIB tinha ficado estagnado nos primeiros três meses do ano.

Na União Europeia, o PIB voltou a recuar, neste caso 0,5%, depois de ter ficado em terreno positivo no terceiro trimestre.

As três principais economias da região foram as responsáveis pela queda acima do esperado da Zona Euro no quarto trimestre na comparação com o trimestre anterior. A Alemanha recuou 0,6%, a França cedeu 0,3% e a Itália teve a economia a cair 0,9%, todas quedas superiores às previstas.

Nesta análise em cadeia, Portugal apresenta o pior desempenho, já que o País apresentou uma quebra de 1,8% do PIB. Não há dados para a Grécia nem para a Irlanda nesta análise. A economia espanhola recuou 0,7%.

Em terreno positivo ficaram os países bálticos. Letónia, Lituânia e Estónia expandiram-se a um ritmo anual de 1,3%, 1% e 0,9%, respectivamente.

Portugal é o segundo que mais cai na comparação homóloga

Quando se compara o quarto trimestre com o mesmo período de 2011, a queda da Zona Euro é de 0,9%, o que supera o recuo previsto de 0,7%. No trimestre anterior, essa variação tinha sido negativa, mas menos expressiva: 0,6%. Na União Europeia, o PIB contraiu 0,6%, acima dos 0,4% estimados.

Neste caso, a Grécia é, como tem sido hábito nos últimos anos, o país cuja economia mais contraiu. O PIB grego cedeu 6%, logo seguido por Portugal com a economia a recuar 3,8%.

Aqui, a Alemanha subiu 0,4%, embora a economia francesa tenha resvalado 0,3% e a de Itália 2,7%.

Mais uma vez, o destaque positivo pertence aos países bálticos, com as economias da Estónia, Letónia e Lituânia a avançarem, pelo menos, 3%, segundo o Eurostat.

(Notícia actualizada pela última vez às 10h38)