Notícia
UE fecha 2024 com produção industrial a cair todos os meses. Em dezembro recua 1,7%
Dados do Eurostat revelam que 2024 foi um ano difícil para a produção industrial europeia. Em dezembro, recuou devido sobretudo aos bens intermédios e bens de equipamento. Produção de bens de consumo duradouro, como carros e eletrodomésticos, também caiu.
2024 foi um "ano negro" para a indústria europeia. Os dados do Eurostat divulgados esta quinta-feira revelam que a produção industrial da União Europeia (UE) recuou, em termos homólogos, 1,7% em dezembro, fechando assim o ano com a cair todos os meses do ano. Em média, a produção industrial europeia contraiu 2% no conjunto do ano e as previsões para este ano não são as mais otimistas.
A queda na produção industrial europeia foi impulsionada, durante todo o ano de 2024, pelo recuo na produção sobretudo em indústrias intensivas em energia. A produção nestes setores tem estado particularmente débil, com o aumento dos preços do gás ainda a pesar sobre a atividade, e não há sinais de melhoria. Durante todo o ano passado, esteve em valores abaixo dos níveis de 2021.
A maior queda em dezembro foi registada na produção de bens de equipamento, cuja produção diminuiu 7,5% face a igual mês do ano anterior. Também a produção de bens intermédios, que usados na produção de outros bens intermediários ou de produtos finais, diminuiu de forma expressiva (2,3%). Já a produção de bens de consumo duradouro, como carros e eletrodomésticos, caiu 1,8%.
Por outro lado, verificou-se um aumento de 8,2% na produção de bens de consumo não duráveis e uma ligeira subida de 0,6% na produção de bens energéticos.
Entre os 27 Estados-membros da UE, os maiores recuos homólogos na produção industrial em dezembro foram registados na Áustria (-9,5%), Itália (-7,1%) e Hungria (-6,4%). Em sentido contrário, os principais aumentos foram observados em Malta (14,4%), Irlanda (10,1%) e Lituânia (7,6%).
Na Zona Euro, a produção industrial contraiu 2% em dezembro, com destaque para a bens de equipamento (-8,3%) e bens intermédios (-2,4%) e bens de consumo duradouro (-2,2%). Já Portugal registou uma queda de 5,6%.
"A queda da produção industrial da Zona Euro em dezembro significa que o setor voltou a contrair no quarto trimestre", afirma o economista Elias Hilmer, da Capital Economics, salientando que as dificuldades deverão manter-se em 2025. Os inquéritos sugerem que a produção deverá manter-se fraca nos próximos meses e os problemas estruturais enfrentados por este setor em dificuldades não deverão desaparecer tão cedo".
Já o economista Bert Colijn, do banco ING, diz que, "neste momento, é difícil ver o que poderá impulsionar uma rápida reviravolta na produção industrial. Estamos à espera de novas reduções de stocks, taxas de juro mais baixas e um consumo interno mais forte no segundo semestre do ano, mas não antecipamos muito apoio para uma produção mais forte nos próximos meses", refere.