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Lisbon Council: "Portugal já não está a viver acima das suas possibilidades"

Portugal permanece entre os melhores países europeus quando se avalia a capacidade de correcção dos seus desequilíbrios orçamentais. Mas a economia ainda está "doente", devido ao fraco potencial de crescimento e ao elevado endividamento, conclui o Lisbon Council.

18 de Dezembro de 2014 às 14:51
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"Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha já não estão a viver acima das suas possibilidades", considera o "think tank" Lisbon Council, em referência aos excedentes orçamentais primários (sem juros da dívida) alcançados por estes países. A conclusão é expressa na edição de 2014 do "Euro Plus Monitor" no qual Portugal volta a figurar entre os melhores países europeus quando se avalia a capacidade de correcção dos seus desequilíbrios orçamentais. Neste ranking do ajustamento, Portugal surge na 5º posição, atrás de Grécia, Irlanda, Letónia e Espanha num universo de 21 Estados-membros.

 

Contudo, a economia permanece "doente", devido ao fraco potencial de crescimento, em parte explicado pela baixa natalidade, elevada propensão ao consumo e pesado endividamento, pelo que, quando se avalia a condição geral do país, Portugal figura na cauda da tabela, em 18º lugar, apenas à frente de Itália, Chipre e Grécia.

 

A melhor nota atribuída pelo "think-tank" a Portugal vai para a correcção do défice orçamental - frente de batalha liderada pela Grécia. "Apesar de alguns pequenos deslizes em 2014, a Grécia melhorou o seu saldo primário estrutural por uma margem colossal de 15,9 pontos percentuais do PIB em relação a 2009. Com um ponto de partida a menos sombrio e uma abordagem menos agressiva, o ajustamento orçamental tem sido menos impressionante do que na Grécia, mas o suficiente para tirar o fôlego em Portugal (9,4 pontos percentuais do (PIB), Espanha (8,0) e Irlanda (7,5)".

 

Já o baixo potencial de crescimento, atribuído à baixa fertilidade e à alta propensão para o consumo, assim como  elevada dívida pública colocam Portugal entre os países onde a sua sustentabilidade está mais ameaçada, só superada pela Bélgica e França

 

O 'Euro Plus Monitor 2014' é elaborado pelo Lisbon Council em colaboração com o banco Berenberg, a mais antiga casa de investimento alemã, que estabelece classificações, para os 18 países da zona euro mais Polónia, Suécia e Reino Unido, em termos de indicadores de "progresso do ajustamento" económico e de "saúde fundamental" da economia.

 

Sendo as escalas dos indicadores de 0 a 10, Portugal manteve este ano os 6,7 pontos no 'ranking' do ajustamento, muito perto de Espanha e Letónia (7 pontos), sendo que o melhor resultado é verificado no ajustamento orçamental (7,9 pontos) e nas reformas (7,8).

 

Já a nível de saúde da economia, Portugal subiu apenas uma décima entre 2013 e 2014 (de 4,5 para 4,6 pontos), tendo a mesma pontuação que a Itália e ficando ligeiramente acima de Chipre (4,4) e da Grécia (4,3). A pior 'nota' entre os indicadores da "saúde" económica portuguesa é dada à "tendência de crescimento", que se queda pelos 3,5 pontos, na escala de zero a dez, valor que fica mesmo duas décimas abaixo daquele verificado há um ano (3,7).

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