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PIB português terá crescido 1,1% no primeiro trimestre

O INE divulga na sexta-feira a estimativa rápida das contas nacionais trimestrais, revelando como se comportou a economia portuguesa no primeiro trimestre deste ano. Os economistas perspectivam a continuação do abrandamento.

Pedro Elias
12 de Maio de 2016 às 07:51
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A economia portuguesa deverá ter crescido, no primeiro trimestre, 0,3% em cadeia e 1,1% em termos homólogos, sobretudo devido a uma queda nas exportações, segundo a média de previsões dos analistas contactados pela agência Lusa.

 

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga na sexta-feira a estimativa rápida das contas nacionais trimestrais, revelando como se comportou a economia portuguesa no primeiro trimestre deste ano.

 

No primeiro trimestre, segundo vários centros de estudos económicos contactos pela agência Lusa, o Produto Interno Bruto (PIB) terá crescido entre 0,1% e 0,5% em cadeia e entre 0,8% e 1,3% em termos homólogos.

 

A estimativa mais pessimista é do Núcleo de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP), da Universidade Católica, que antecipa um crescimento económico de 0,1% em cadeia e de 0,8% em termos homólogos.

 

"Na prática significa que o abrandamento da segunda metade do ano passado provavelmente prolongou-se neste primeiro trimestre", disse à agência Lusa o coordenador do NECEP, João Borges de Assunção.

 

Para o professor da Universidade Católica existe um "compasso de espera do investimento" e "as exportações perderam um pouco o fulgor", o que significa que, "mesmo que esteja a haver um aumento do consumo isso não chega para compensar as perdas nas outras variáveis".

 

Por sua vez, o Grupo de Análise Económica do ISEG é ligeiramente mais optimista, antecipando um crescimento de 0,3% face ao quarto trimestre e de 1,1% perante o mesmo trimestre do ano passado.

 

"O consumo privado portou-se bem, teve um crescimento razoável. O investimento o mais provável é que tenha sido negativo. Mas no global a procura interna deve ter crescido de forma razoável, talvez superior ao segundo semestre do ano passado. Mas a procura externa líquida ficou bastante mais negativa, nomeadamente por causa das exportações", afirmou o professor do ISEG António da Ascensão Costa.

 

Segundo o professor, há um crescimento das importações, nomeadamente de automóveis, mas as exportações "portaram-se muito mal, principalmente as para fora da União Europeia, que valem um terço do total das exportações comerciais. Decresceram 17%. São 550 milhões de euros".

 

Também o departamento de estudos económicos e financeiros do BPI antecipa, para este primeiro trimestre do ano, um crescimento homólogo de 1,4%, e em cadeia entre 0,3% e 0,4%, também devido às exportações.

 

"Portugal está neste momento a defrontar uma procura externa que está com algumas dificuldades de crescimento. Existem também problemas em dois parceiros importantes nas exportações, Angola e Brasil. E nos primeiros meses do ano tivemos a desaceleração das exportações de combustíveis refinados, devido a uma paragem temporária de uma refinaria [da Galp]. Tudo factores que se conjugam para explicar uma eventual desaceleração, ou queda, das exportações", justificou Paula Carvalho.

 

Mais optimista está o departamento de estudos do Montepio, que prevê um crescimento económico em cadeia de 0,5%, impulsionado por um "crescimento bastante robusto da procura interna", nomeadamente do consumo privado (em torno de 1%) e do investimento em capital fixo (em torno de 2%), afirma o economista-chefe do banco, Rui Serra.

 

"A contrabalançar estes crescimentos tão elevados da procura interna, basicamente estão as exportações líquidas: as importações terão subido, nomeadamente para alimentar o crescimento da procura interna, mas as exportações caíram. E isso dará um contributo negativo das exportações líquidas para o crescimento do PIB no primeiro trimestre", afirmou.

 

No quarto trimestre, segundo divulgou o INE em Fevereiro, o PIB registou, em termos homólogos, um aumento de 1,3% e, comparativamente com o trimestre anterior, registou uma variação de 0,2%.

 

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