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PIB estagna no terceiro trimestre em cadeia e cresce 1,4% face a 2014

A economia portuguesa estagnou no terceiro trimestre, quando comparado com os três meses anteriores, registando um crescimento homólogo de 1,4%. Um resultado pior do que os analistas tinham estimado e que representa uma travagem face à primeira metade do ano.

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13 de Novembro de 2015 às 09:31
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Segundo o INE, esta variação homóloga de 1,4% do produto interno bruto (PIB) foi justificada com um "contributo positivo da procura interna", que diminuiu no terceiro trimestre, devido a uma travagem do investimento e, "em menor grau" do consumo das famílias. Ao mesmo tempo, a procura externa líquida (exportações subtraídas das importações) deu um contributo negativo para o PIB, mas de dimensão inferior ao trimestre anterior.

"É ainda de salientar que esta estimativa rápida tem implícito um ganho de termos de troca superior ao verificado no trimestre anterior, com o deflator das importações a registar uma redução significativa, em resultado nomeadamente da diminuição dos preços dos bens energéticos", explica o INE na estimativa rápida divulgada esta sexta-feira, referindo-se à vertente externa. 

Se olharmos para a evolução em cadeia do PIB, verifica-se uma estagnação, o pior resultado desde o primeiro trimestre de 2014, quando o PIB tinha apresentado uma variação negativa. "Comparativamente com o segundo trimestre, o PIB registou uma taxa de variação nula em termos reais (0,5% no 2º trimestre)", escreve o INE. "O contributo da procura interna foi negativo devido principalmente à redução do Investimento, enquanto a procura externa líquida contribuiu positivamente, tendo as Importações de Bens e Serviços diminuído de forma mais intensa que as Exportações de Bens e Serviços."

Estes resultados ficam muito abaixo das estimativas dos analistas para este trimestre. A média dos analistas contactados pela Lusa esperava um crescimento homólogo de 1,8% e uma variação em cadeia de 0,4%. Em ambos os casos, os valores reais ficaram muito longe desses números. 

A instituição mais optimista tinha sido o Núcleo de Estudos sobre a Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica, que esperava que o PIB crescesse 0,5% em cadeia e 1,9% em termos homólogos. Por outro lado, o menos optimista - que acabou por estar mais próximos do resultado - foi o ISEG, que antecipou valores entre 0,2% e 0,3% (cadeia) e 1,6% (homólogo).

Os valores observados no terceiro trimestre também ficam abaixo da meta do Governo para a totalidade do ano, colocada nos 1,6%. Recorde-se que os dois trimestres anteriores ficaram em linha com esse objectivo. 

Analistas ouvidos pela Lusa adiantam que a prestação da economia portuguesa aquém do esperado pode dificultar um crescimento do PIB de 1,6% no conjunto deste ano, como pretende o Governo, com alguns analistas a admitirem piorar as suas estimativas.

Para a economista-chefe do BPI, Paula Carvalho, a estagnação neste trimestre "aumenta os riscos de que a projecção de crescimento de 1,6% [do Governo de gestão liderado por Pedro Passos Coelho] não seja alcançada e põe em causa cenários mais optimistas que apontavam para 1,7%".

A Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) esperam um crescimento anual de 1,7% para a economia nacional. Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê 1,6%. 





(Notícia actualizada pela última vez às 10h12)

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