Notícia
PIB manteve ritmo de crescimento com subida de 0,7% no arranque do ano
Exportações voltaram a ter contributo para o crescimento e consumo privado também acelerou. Investimento caiu.
A economia portuguesa não perdeu ritmo e manteve-se ainda a crescer em cadeia em 0,7% no primeiro trimestre, à semelhança do verificado no trimestre final do ano passado, marcado por um crescimento supresa apoiado pelo consumo das famílias.
De acordo com a primeira estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) para o primeiro trimestre, publicada nesta terça-feira, a variação face a igual período do ano passado foi de 1,4%, após uma variação homóloga de 2,1% no quarto trimestre do ano passado. Esta comparação homóloga, contudo, é prejudicada pela base alta em que o PIB foi colocado no primeiro trimestre de 2023, altura em que a economia portuguesa avançou 1,5% em cadeia (2,5% face a um ano antes) à boleia de uma recuperação forte nas exportações de serviços associadas ao turismo.
De acordo com a nota do INE, o crescimento em cadeia agora registado voltou a beneficiar do contributo da procura externa, algo que já não se verificava desde a primavera do ano passado. Segundo o INE, tal refletiu "a desaceleração das importações de bens e serviços mais acentuada que a das exportações de bens e serviços".
Contudo, o contributo da procura interna reduziu-se, indica o INE nesta primeira leitura ainda não detalhada. Apesar de o consumo das famílias ter crescido mais do que no trimestre final de 2023, acelerando, registou-se uma quebra no investimento face a esse período.
Já quando se compara a evolução da atividade destes primeiros três meses de 2024 com a que ocorreu em igual trimestre de um ano antes, o investimento ainda sobe. Nesta comparação, o contributo da procura interna para o crescimento é agora menor do que há um ano e o contributo da procura externa é nulo.
Os 0,7% de crescimento em cadeia nos meses de janeiro a março confirmam a previsão para este trimestre do Banco de Portugal (BdP), que espera uma subida média anual do PIB de 2% em 2024. Menos otimista está o Ministério das Finanças de Joaquim Sarmento, que apontou para apenas 1,5% de crescimento anual no Programa de Estabilidade - em políticas invariantes - entregue neste mês no Parlamento, assim como o Conselho das Finanças Públicas (1,6%).
Entre as instituições internacionais, o Fundo Monetário Internacional projetou neste mês 1,7% de crescimento. Comissão Europeia e Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento esperam ainda 1,2% nas últimas previsões que publicaram, e que serão atualizadas nas próximas semanas.