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Confiança dos consumidores está no ponto mais alto desde a invasão da Ucrânia

Já o clima económico volta a regredir, com menor confiança das empresas da indústria e nos serviços. Perspetivas de investimento apontam para a estabilização.

Henry Nicholls/Reuters
29 de Abril de 2024 às 12:19
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A confiança dos consumidores portugueses atingiu em abril o ponto mais elevado desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, com as perspetivas a serem agora menos negativas quanto à evolução da situação económica do país e também quanto à situação financeira das famílias nos próximos tempos.

A atualização dos dados dos inquéritos de conjuntura a empresas e consumidores pelo Instituo Nacional de Estatística (INE), nesta segunda-feira, aponta para que, entre as famílias, o afundamento da confiança ocorrido após o início da guerra e face ao acelerar da crise inflacionista tenha sido ultrapassado.

O indicador - no qual, historicamente, não há registo de valores positivos e que resulta do saldo de respostas extremas dos inquiridos - situava-se em abril em -17,4, melhorando face aos - 20,7 do mês anterior. Melhor resultado só em fevereiro de 2022 (-14,5), mês a partir do qual se verificou um forte agravamento na confiança das famílias.

Entre os fatores de melhoria, destacam-se as expextativas quanto à situação da economia nacional nos próximos 12 meses, que fica também ao melhor nível desde fevereiro de 2022, e as expectativas quanto à própria situação financeira no mesmo período, onde se verifica semelhante tendência.

Ao mesmo tempo, aumentam as expectativas de realizar compras importantes, mas igualmente de fazer algumas poupanças.

O consumo das famílias - recorde-se - foi determinante no crescimento do PIB registado no trimestre final de 2023, mas com os dados a apontarem já para um aumento das poupanças. A evolução do primeiro trimestre deverá ser dada a conhecer pelo INE amanhã, terça-feira.

Indústria e serviços menos otimistas na atividade e no investimento


Mas, se a confiança das famílias está agora no seu melhor registo pós-guerra, o indicador de cilma económico sofreu em abril alguma diminuição, explicada pelo menor otimismo na indústria transformadora e nos serviços. O indicador de clima económico desceu de 1,9 para 1,7 na síntese dos saldos das respostas, mantendo-se ainda assim num ponto bastante mais elevado do que em grande parte do ano passado.

Os dados detalhados mostram que, nos serviços, há menos empresas a antecipar mais procura ou subidas de preços, e o otimismo também recua na criação de emprego. As perspetivas postivas contianuam ainda assim a superar as negativas.

Já na indústria transformadora menos empresas antecipam agora uma aumento global da procura, com as perspetivas para a fabricação de bens de investimento - como máquinas - a deteriorarem-se acentuadamente (de -9,0 para -18,3). As expectaivas de emprego também sofrem alguma deterioração, mas mantendo-se o terreno positivo, ao mesmo tempo que cresce o número de respostas tendentes ao auemnto de preços nos próximos três meses.

Os dados deste inquérito fazem também luz sobre as perspetivas de investimento, nesta altura, pelo setor transformador e pelos serviços. A indicação dada pelos resultados da indústria aponta largamente para a estabilização (57,9%). Outras 8,1% das empresas preveem investir neste ano menos do que em 2023. Sóo 34% consideram que o investimento irá aumentar.

Nos serviços, os resultados são semelhantes, com 71,8% das empresas a apontarem para a estabilização do investimento, 12,1% para a diminuição e apenas 16,1% para um aumento.

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