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PIB contraiu 5,4% com confinamento do arranque do ano

No primeiro trimestre do ano Portugal enfrentou a sua pior vaga da pandemia de covid-19, tendo sido adotadas medidas de confinamento duras e muito restritivas da atividade económica. Em cadeia a queda foi de 3,3%.

Manuel de Almeida / Lusa
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A economia portuguesa contraiu 5,4% no primeiro trimestre deste ano, quando comparado com o mesmo período de 2020. Face aos últimos três meses do ano passado, a queda foi de 3,3%. Os números foram revelados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e mostram o impacto da pandemia de covid-19 e das medidas de confinamento duro que foram adotadas para travar a doença.

Em termos homólogos, a queda foi menor do que a registada no quarto trimestre de 2020, quando a economia recuou 6,1%. Porém, este desagravamento está influenciado pelo facto de no primeiro trimestre deste ano já se estar a comparar com um período em que já havia pandemia – o primeiro confinamento de sempre arrancou na segunda metade de março de 2020.

O INE adianta que o contributo da procura interna para a queda homóloga do PIB foi mais negativo no primeiro trimestre, do que tinha sido no final de 2020. Isto reflete, "em larga medida, uma redução mais acentuada do consumo privado", explica o INE – um resultado expectável tendo em conta que o país intensificou as medidas de confinamento em janeiro deste ano.

Já a procura externa líquida deu um contributo menos negativo, ainda em termos homólogos, do que o verificado no quatro trimestre. Mesmo assim, as exportações continuaram a contrair mais violentamente do que as importações, com destaque para "a redução muito significativa do turismo de não residentes", assinala o INE.

Se compararmos o desempenho da economia no primeiro trimestre deste ano, com o vivido no segundo trimestre de 2020 (o período mais afetado pelo primeiro confinamento), verifica-se que a queda foi menor: nessa altura a contração homóloga foi de 16,3%.

Queda violenta face ao final de 2020

Na análise em cadeia, os números mostram o embate do novo confinamento. Depois de um crescimento muito ténue de 0,2% em cadeia verificado no final do ano passado, a atividade voltou a meter a marcha-atrás. Nesta ótica de análise o INE adianta apenas que tanto a procura interna como a procura externa contribuíram negativamente para a evolução do PIB, tendo sido "particularmente intenso" o contributo da componente interna.

Comparando com a queda verificada no segundo trimestre de 2020, quando se verificou o primeiro período de confinamento, a queda foi, ainda assim, menor. Nessa altura a economia encolheu 13,9% face ao primeiro trimestre do ano, quando já tinha afundado 4%.

(Notícia atualizada às 10:07)
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