No segundo trimestre deste ano, a economia portuguesa terá registado uma aceleração face ao trimestre anterior, com uma taxa de variação em cadeia de 0,4%, o dobro da observada nos três primeiros meses do ano. Já em termos homólogos, espera-se um crescimento de 1%, apenas 0,1 pontos percentuais acima do valor registado no primeiro trimestre. Estes são os novos números da área de estudos económicos do BCP Millennium.

"A economia portuguesa deverá registar uma aceleração face ao trimestre anterior, ainda que mantendo uma trajectória de fraco crescimento", referem os economistas do banco numa nota divulgada nesta segunda-feira, 8 de Agosto.

"Esta projecção de melhoria da taxa de crescimento em cadeia decorre da inversão dos contributos das exportações líquidas e da formação bruta de capital fixo (de negativos para positivos), enquanto o consumo privado, que tem sido a componente que mais tem contribuído para o crescimento da procura agregada nos últimos dois anos, deverá registar uma ligeira contracção, traduzindo um efeito de compensação face ao dinamismo passado", fundamentam.  

Também o gabinete de estudos do Montepio disse recentemente esperar uma aceleração da economia portuguesa no segundo trimestre, com uma variação do PIB a oscilar entre 0,4% e 0,6%. O banco antecipa um contributo positivo das exportações líquidas de bens e serviços para o crescimento do PIB, depois de o terem penalizado fortemente no trimestre anterior (-0,6 pontos percentuais), como resultado de um decréscimo das exportações (-0,5%) e de uma subida das importações (+0,8%).
 
No primeiro trimestre o PIB de Portugal cresceu 0,2% em cadeia (face aos três meses anteriores) e 0,9% em termos homólogos (face ao primeiro trimestre de 2015). O INE deverá divulgar a estimativa rápida para o PIB do segundo trimestre a 12 de Agosto.

Já em relação à previsão anual crescimento, o BCP Millennium avisa que os 1,8% antecipados pelo governo e que sustentam o Orçamento do Estado deverão ficar ainda mais distantes. "Caso este cenário [de crescimento de 0,4% no segundo trimestre] se verifique, será necessário que o PIB exiba um crescimento em cadeia de quase 1,3% nos dois últimos trimestres do ano para que a projecção do OE 2016 se concretize", alertam.

O governo de António Costa é o mais optimista em relação à previsão de comportamento da economia portuguesa, esperando um crescimento de 1,8%. Já a Comissão Europeia aponta para 1,5%, enquanto a OCDE calcula 1,2% e o FMI apenas 1%.