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Maioria das empresas tem funcionários em teletrabalho

A maioria das empresas tem funcionários em teletrabalho por causa da pandemia da covid-19, mas são mais as grandes empresas e do setor da informação que recorrem ao trabalho remoto. Dados do INE e do Banco de Portugal mostram que 84% das empresas se mantém em funcionamento e que o layoff é a medida de apoio mais relevante.

O teletrabalho promete mudar a realidade laboral no país, mesmo depois de passar esta crise do coronavírus.
GettyImages
05 de Maio de 2020 às 11:45
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Cerca de 58% das empresas tem funcionários em teletrabalho, sendo que esta medida excecional é mais usada por grandes empresas e pelo setor da informação e comunicação.

O INE e o Banco de Portugal têm vindo a divulgar, todas as semanas, os resultados de um inquérito às empresas sobre o impacto da pandemia da covid-19 na sua atividade. Nesta terça-feira, 5 de maio, os resultados divulgados trazem uma nova pergunta sobre o teletrabalho e a conclusão é que a maioria das empresas está a recorrer a esta medida excecional.

A percentagem de empresas com pessoal em teletrabalho é crescente com a dimensão das empresas, atingindo 93% nas grandes e não ultrapassando 30% nas micro empresas. 

Além disso, e como seria de esperar, é no setor da informação e comunicação onde a proporção de empresas a recorrer ao teletrabalho é maior: 67% das empresas têm mais de 75% dos funcionários ao serviço em teletrabalho. Por oposição, o setor que menos recorreu a esta forma de trabalho foi o do alojamento e restauração.

O inquérito às empresas mantém duas das conclusões principais: cerca de 16% das empresas encerraram temporariamente ou definitivamente, sendo que 84% mantêm-se em atividade, ainda que dentro desse bolo algumas funcionem de forma parcial. A quebra é visível em maior grau no setor do alojamento e restauração, onde 59% das empresas estão encerradas. 

A grande maioria (79%) das empresas que responderam ao inquérito continua a reportar diminuição do volume de negócios, com 39% a registar reduções superiores a 50% no volume de negócios - o que se deveu sobretudo à ausência de encomendas e clientes e às restrições no contexto do estado de emergência, que só terminou no passado domingo. Estes dados referem-se à semana entre 27 de abril e 1 de maio. 

Lay-off foi importante para 59% das empresas com redução de trabalhadores

Segundo o INE e o Banco de Portugal, 57% das empresas continuaram a reportar reduções do pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar, sendo que 25% referiram uma redução superior a 50%.

O layoff simplificado foi apontado por 59% das empresas como relevante ou muito relevante para a redução do pessoal ao serviço. Por oposição, para a maioria das empresas, o despedimento de trabalhadores com contratos sem termo e a não renovação de contratos a prazo foram definidos como "não aplicável" ou pouco ou nada relevante, descreve o INE. 

É para as micro empresas que o layoff simplificado é mais relevante (59%) e é novamente no setor do alojamento e restauração que as empresas mais salientam o recurso a este mecanismo. 

A percentagem de empresas (em funcionamento ou temporariamente encerradas) que já beneficiou de outras medidas anunciadas pelo Governo, para além do layoff simplificado, aumentou ligeiramente face à semana anterior, mas continuou a ser reduzida: 16% das empresas já beneficiaram da suspensão de obrigações fiscais e contributivas, 13% da moratória ao pagamento de juros e capital de créditos já existentes e 4% do acesso a novos créditos com juros bonificados ou garantias do Estado.

Excluindo o layoff, a proporção de empresas que continua a não prever o recurso a medidas de apoio continua a ser elevada, entre os 48% e os 59%, consoante a medida.
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