Notícia
Maiores exportadoras voltam a ganhar peso, mas fica abaixo do pré-pandemia
Também o peso das dez maiores importadoras aumentou mais de 60% no ano passado, com três novas entradas no “ranking”, duas delas com selo espanhol. Energéticas ganharam peso nas compras ao exterior. Nas exportações, top 10 pesou quase 20% no total.
Petrogal
Há dois anos consecutivos que a Petrogal lidera o "ranking" das maiores exportadoras do país, depois de ter destronado a Autoeuropa. A empresa de refinação que também aposta agora nas renováveis está presente em várias geografias. Além de Portugal e Espanha tem interesses em diversos países de língua portuguesa, mas também na Argélia, Nigéria ou Suazilândia.
Autoeuropa
Navigator
Continental Mabor
Bosch Car Multimedia
Aptivport
Faurécia
Repsol Polímeros
Purem Tondela
Visteon Electronics
Petrogal
A empresa do universo Galp é também a maior importadora nacional, à semelhança do que acontece com a lista das maiores exportadoras.
A elétrica passa a ocupar a segunda posição no top 10 das maiores importadoras do país. O facto de o preço dos combustíveis ter subido também pode explicar esta escalada.
Autoeuropa
A unidade de Palmela desce uma posição face a 2021. A fábrica da Volkswagen é uma das maiores exportadoras, mas tem muita incorporação de materiais vindo do exterior. O conteúdo importado pode chegar a 70%.
Galp Gás Natural
A petrolífera sobe de sétimo lugar para quarto. À semelhança do que acontece com a EDP, a subida de preços pode explicar esta ascensão à primeira metade da tabela das 10 maiores importadoras.
Lidl
A cadeia alemão de retalho alimentar ultrapassa a portuguesa Pingo Doce na importação de bens, mas desce face a 2021 muito por causa da subida de outras empresas.
Pingo Doce
A cadeia da Jerónimo Martins deixa de estar no pódio das três maiores importadoras. Além de ter sido ultrapassado pelo Lidl, o Pingo Doce perde três posições e fica em sexto lugar.
Bosch Car Multimedia
É mais um caso em que há grande necessidade de componentes importadas para a produção na unidade de Braga. Entrou em 2021 para a lista das maiores importadoras.
É uma entrada direta para o "ranking" das maiores importadoras. A Itx Portugal – antiga Zara Portugal – pertence ao grupo espanhol de confeção têxtil Inditex que detém as marcas Zara e Massimo Dutti.
Endesa
É mais uma empresa espanhola a entrar na lista das dez maiores exportadoras nacionais. O preço dos combustíveis, em concreto do gás natural, pode explicar esta posição.
Aptivport
Mais uma empresa da indústria automóvel que se mantém no "ranking", onde entrou em 2021. A unidade de Palmela dedica-se ao fabrico de componentes multimédia para veículos. Desta lista saiu a Peugeot-Citroën.
As dez maiores empresas exportadoras em Portugal ganharam peso no último ano, representando 19,5% do total de exportações, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística solicitados pelo Negócios.
O valor compara com o peso de 17,8% que tiveram no ano anterior. No entanto, o peso das grandes exportadoras nacionais no total de exportações ficou ainda abaixo do pré-pandemia. Em 2019, representavam 22% das exportações totais, o valor mais elevado desde 2016.
Em termos nominais, as exportações do top 10 de exportadoras atingiram os 15,5 mil milhões de euros, mais cerca de 4 mil milhões face ao ano anterior. Nos quatro primeiros lugares da lista de maiores exportadoras não houve alterações. A Petrogal manteve a liderança em 2022, seguida pela Autoeuropa, a papeleira Navigator e a Continental.
Ao quinto lugar, subiu a Bosch, que antes estava em sexto. Seguiram-se as também repetentes Aptivport, Faurecia, Repsol Polímeros e a Purem Tondela. A fechar o top 10 das maiores exportadoras, há uma novidade: a Visteon Electronics, que se dedica ao comércio por grosso de eletrodomésticos, aparelhos de rádio e de televisão. Fora do "ranking" de maiores exportadoras ficou a Volkswagen AG (casa-mãe), que em 2021 estava em quinto lugar.
Mais mudanças nas importações
A lista das maiores empresas importadoras em 2022 divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) ao Negócios traz várias alterações em relação ao ano anterior, sobretudo no que toca à importância nas compras ao exterior. Em comparação com o ano anterior, o peso das dez maiores importadoras nacionais no total das importações cresceu 63%, com destaque para a entrada de duas multinacionais espanholas: a Inditex, dona da Zara e Massimo Dutti, e a Endesa.
A ocupar o topo da lista das maiores importadoras em Portugal manteve-se em 2022 a Petrogal, como acontece há vários anos, tendo em conta que a dependência portuguesa do petróleo comprado ao exterior. Para o segundo lugar, saltou outra energética: a EDP Gem, antes conhecida por EDP Gás e que agrega gás natural, eletricidade e serviços energéticos. A fechar o top 3 das maiores importadoras ficou a Autoeuropa que cai um lugar face ao ano passado, devido sobretudo ao aumento significativo dos preços da energia, que fez disparar os valores nominais das importações das empresas de energia nacionais.
A comprovar isso está o facto de, em 2022, quatro empresas da área da energia terem integrado o top 10 das maiores importadoras. Além da Petrogal e da EDP Gem, também a Galp Gás Natural, subsidiária da Galp, passou de sexta maior importadora para quarta e a Endesa escalou ao nono lugar do top 10, onde não constava.
As retalhistas Lidl e Pingo Doce ocuparam, respetivamente, o quinto e sexto lugares, seguidas pela repetente Bosch. Já a Inditex apareceu pela primeira vez em oitavo lugar entre as maiores importadoras nacionais e a fabricante de componentes e acessórios para veículos automóveis Aptivport ocupou o décimo lugar da lista.
Ao todo, estas dez maiores empresas importadoras portuguesas compraram ao exterior bens no valor total de 18,8 mil milhões de euros. No ano anterior, tinham comprado 11,5 mil milhões, menos 7,3 mil milhões. Fora da lista ficaram, face a 2021, a Faurecia e a Peugeot-Citroën.