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Investimento não crescia tanto num trimestre pelo menos há 23 anos

A construção e a componente de outras máquinas e equipamentos deram um impulso ao investimento que, por sua vez, foi decisivo para a aceleração do PIB no primeiro trimestre.

Miguel Baltazar/Negócios
31 de Maio de 2019 às 12:02
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O investimento privado e público cresceu 17,8% no primeiro trimestre de 2019, em comparação com o primeiro trimestre de 2018, e deu um contributo decisivo para a aceleração do PIB no arranque do ano. Segundo os dados divulgados esta sexta-feira, 31 de maio, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), este é o maior crescimento homólogo num trimestre desde o início da série deste indicador em 1996.

Foi a "forte aceleração" do investimento que tornou possível uma aceleração do PIB português em linha com a que aconteceu a nível europeu. No quarto trimestre o investimento tinha crescido 7,4% em termos homólogos.

Mas onde é que foi feito esse investimento? "Esta aceleração refletiu sobretudo a evolução das componentes da FBCF [investimento] em Construção e em Outras Máquinas e Equipamentos, bem como o aumento significativo de existências associado à aceleração expressiva das importações de bens", explica o INE.

A componente de outras máquinas e equipamentos - que pode incluir dispositivos automatizados/robotizados para linhas de produção, equipamento de instalação para uso industrial ou equipamento médico e de diagnóstico - cresceu 16,8% no primeiro trimestre deste ano, uma das maiores subidas das últimas duas décadas.

Já o investimento em construção - que tinha sofrido fortes reduções durante a crise - cresceu 12,4%, a maior subida percentual desde 1997. Esta aceleração fez com que o valor acrescentado deste setor tivesse crescido 1,6% no primeiro trimestre, acima dos 1,3% registados no quarto trimestre de 2018. 

A variação de existências (inventários) também deu um contributo decisivo. Esta componente engloba bens e serviços em processo de fabrico e matérias-primas das empresas. 

Em menor grau, o investimento em equipamento de transporte registou um crescimento de 5%, o mesmo do trimestre anterior. Contudo, o gabinete de estatística explica que, "em Contas Nacionais, a utilização de equipamentos em regime de locação operacional provenientes do exterior não é registada como importação nem como investimento, dado que a propriedade económica pertence à entidade locatária não residente". Ou seja, o INE afasta aqui a ideia de que foi a importação de aviões da TAP a dar gás ao investimento no primeiro trimestre.

O investimento em recursos biológicos, cujo peso é relativamente baixo, aumentou 0,9%, a mesma taxa do trimestre anterior.

Ao contrário das restantes componentes, o investimento em propriedade intelectual desacelerou de 5,5% para 5,1% no primeiro trimestre.
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