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Investimento acelera e renova máximos de duas décadas
O investimento - medido em formação bruta de capital fixo - aumentou mais de 10% no segundo trimestre do ano. Depois de já ter avançado 9,6% nos três meses anteriores, este indicador renova máximos de quase duas décadas e é um dos principais motores do crescimento.
Os primeiros seis meses de 2017 trouxeram finalmente boas notícias para o investimento. Segundo os números publicados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a formação bruta de capital fixo (FBCF) avançou 10,3% no segundo trimestre do ano, depois de já ter crescido 9,6% no trimestre anterior, em comparação com o mesmo período de 2016. Este resultado é melhor desde o quarto trimestre de 1998.
Todas as categorias do investimento tiveram um comportamento positivo, mas duas delas destacam-se. Em primeiro lugar, o equipamento de transporte que disparou 33,1% entre Abril e Junho (10,6% no trimestre anterior), com destaque para a compra de carros. Em segundo, a construção, que acelerou para 9,5% (8,6% no trimestre anterior). A variação é mais modesta do que o equipamento de transporte, mas a construção representa cerca de metade do investimento total realizado na economia, o que significa que é, de longe, a categoria mais relevante.
"A FBCF em Equipamento de Transporte foi a componente que mais contribuiu para a aceleração da FBCF no 2º trimestre, registando um aumento homólogo de 33,1% em termos reais (10,6% no trimestre anterior), influenciada em particular pelo comportamento da componente automóvel", pode ler-se no destaque do INE. "Destaca-se também o crescimento mais intenso da FBCF em Construção, passando de um crescimento homólogo de 8,6% no 1º trimestre, para 9,5%."
Quanto às restantes categorias, as "outras máquinas e equipamentos" aumentaram 12,7% (17,6% no trimestre anterior) e os produtos de propriedade intelectual caíram 2,3% (0,3 nos três meses anteriores).
Investimento: FBC vs. FBCF
Existem dois indicadores que são usados pela comunicação social para se referir a investimento: a formação bruta de capital (FBC) e a formação bruta de capital fixo (FBCF). A diferença entre as duas está no facto de a primeira incluir a variação das existências (stocks das empresas) e aquisições líquidas de objectos de valor (bens não financeiros que não se deterioram fisicamente e são usados como reserva de valor, como pedras e metrais preciosos ou obras de arte). Devido ao ruído que estas duas últimas rubricas podem provocar, a FBCF é normalmente mais útil para avaliar o que se passa realmente no investimento, na forma como a maior parte das pessoas o entende. No primeiro trimestre, a FBC cresceu 9,3% e a FBCF 10,3%.
(Notícia em actualização)