O Eurostat indicou esta quinta-feira que a taxa de inflação na Zona Euro voltou a desacelerar em Julho, para 0,4%. Em Junho, a taxa de inflação homóloga tinha-se fixado em 0,5%, face ao objectivo do Banco Central Europeu (BCE) de 2%.

É um mínimo desde 2009 que o Eurostat justifica com mais uma redução dos preços da energia e dos produtos alimentares. A evolução homóloga dos preços da energia na Zona Euro foi de 1%.

O indicador poderá aumentar a pressão sobre o BCE, cujo Conselho de Governadores se reúne na quinta-feira, ainda que a autoridade monetária já tenha indicado que espera um período de inflação muito baixa.

Peter Vanden Houte, economista do ING, diz que "os valores hoje divulgados não dão qualquer garantia de que a Zona Euro está fora da zona de perigo no que diz respeito ao risco de deflação". Ainda assim, o economista diz que as pressões deflacionistas sobre os preços dos bens alimentares devem atenuar-se nos próximos meses.

"A boa notícia para o BCE, contudo, é que a recente desvalorização da taxa de câmbio do euro retira alguma pressão para apresentar novas medidas de expansão monetária", diz o economista, não excluindo, contudo, que o BCE tenha de avançar na segunda metade deste ano com um programa de compra generalizada de activos.