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Inflação na Zona Euro abranda em setembro para 1,8%. Fica abaixo da meta do BCE

Esta é a primeira vez em mais de dois anos que a variação homóloga da inflação na Zona Euro ficou abaixo da meta do BCE. Estimativa rápida do Eurostat aponta para uma desaceleração tanto do índice de preços dos serviços como da energia. Preço dos alimentos teve ligeiro aumento.

Lucros do setor da distribuição começaram a desempenhar um papel crescente na subida da inflação na Zona Euro desde o arranque de 2022.
João Cortesão
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A inflação na Zona Euro abrandou em setembro de 2,2% para 1,8%, segundo a estimativa rápida do Eurostat. Esta é a primeira vez em mais de três anos que a inflação fica abaixo da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE). É preciso recuar até abril de 2021 para encontrar um valor mais baixo do que o agora registado.

A estimativa rápida do Eurostat revela que, entre as quatro grandes componentes do índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) – alimentos, energia, bens industriais não energéticos e serviços –, os serviços continuaram a ser a componente com a maior variação homóloga (4%) de preços. No entanto, em comparação com o mês anterior, tiveram um alívio no índice de preços, de uma décima.

Esse abrandamento é um sinal positivo para o processo de desinflação entre os países da moeda única, tendo em conta que o IHPC referente aos serviços tem mostrado uma grande resistência, contrariando o alívio nos restantes produtos do cabaz de compras. Em agosto, com o aumento do turismo, o IHPC dos serviços acelerou para 4,1%, após meses praticamente estabilizado.

A registar também um forte recuo em setembro terá estado a energia. Segundo a estimativa rápida, o IHPC referente aos produtos energéticos caiu de -3% em agosto, para -6% em setembro. Depois de ter retomado valores positivos entre maio e julho, o IHPC da energia retomou valores negativos, o que significa que, em geral, os produtos energéticos estão mais baratos do que no ano passado. 

Por outro lado, o IHPC dos bens alimentares voltou a acelerar ligeiramente, passando de uma variação homóloga de 2,3% em agosto para 2,4% em setembro. Já o IHPC dos bens industriais não energéticos manteve-se estável, em 0,4%.

Também a inflação subjacente, que exclui os produtos que estão mais sujeitos a grandes variações de preços (energia e alimentos, bebidas e álcool) registou um alívio em setembro, tendo passado de 2,8% em agosto para 2,7% em setembro. Esse aliviou na chamada "inflação crítica" evidencia um menor "contágio" da subida de preços entre as diferentes categorias de produtos vendidos aos consumidores.

Portugal com IHPC acima da média do euro

Entre os 20 países da moeda única, apenas Portugal e outros dois países registaram uma aceleração na variação homóloga da inflação em agosto (Bélgica e Letónia), em contraciclo com os restantes. No caso de Portugal, o IHPC terá acelerado de 1,8% em agosto para 2,6% em setembro, ficando acima da média do euro. Houve ainda dois países onde a taxa de inflação manteve-se estável (Países Baixos e Croácia).

Em setembro, foram oito os países do euro com uma taxa de inflação abaixo dos 2%, a meta definida pelo BCE como garante para a estabilidade de preços: Irlanda (0,2%), Lituânia (0,4%), Eslovénia (0,7%), Itália, Luxemburgo e Finlândia (cada com 0,8%), França (1,5%), Letónia (1,6%), Espanha (1,7%), Alemanha e Áustria (cada com 1,8%), e Chipre (1,9%).

Com as taxas de inflação mais elevadas da Zona Euro, destacaram-se a Bélgica (4,5%), Países Baixos (3,3%) e Estónia (3,2%). Em sentido contrário, as taxas mais baixas foram observadas na Irlanda (0,2%), Lituânia (0,4%) e Eslovénia (0,7%).

(notícia atualizada às 10:43)

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