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INE revê PIB de 2020. Recessão foi ainda mais profunda: 8,4%

O INE reviu os dados do PIB de 2019 e 2020. Afinal, a economia cresceu mais do que o inicialmente estimado em 2019, mas a recessão de 2020 foi ainda mais dura. Défice do ano passado foi uma décima mais alto: 5,8%.

O primeiro-ministro anunciou já mexidas no atual regime do IRS Jovem, mas ainda se desconhecem os detalhes dessas alterações.
João Miguel Rodrigues
23 de Setembro de 2021 às 12:22
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Afinal, a recessão provocada pela pandemia de covid-19 em 2020 foi ainda mais profunda do que o inicialmente estimado. O Instituto Nacional de Estatística (INE) calcula agora uma queda de 8,4% do PIB no ano passado, a maior recessão desde 1995, o início da série estatística. Já em 2019, o crescimento foi melhor, tendo a economia avançado 2,7%. Os dados foram publicados esta quinta-feira, 23 de setembro.

No apuramento inicial, o INE apontava para uma recessão de 7,6% do PIB em 2020. Já sobre 2019, os dados definitivos mostram uma revisão em alta de 0,2 pontos percentuais (a última estimativa indicava um crescimento económico de 2,5%).

"Os resultados provisórios para 2020 refletem, além dos impactos diretos decorrentes da compilação dos resultados finais de 2019, informação mais desenvolvida sobre o setor das Administrações Públicas, a inclusão de dados revistos referentes ao comércio internacional de bens e serviços e, sobretudo, a integração dos dados da Informação Empresarial Simplificada (IES)", explica o INE.

Uma das principais diferenças face ao primeiro apuramento teve que ver com o comportamento de dois setores de atividade que foi pior do que o inicialmente calculado. "Num ano marcado pelo choque da pandemia, a IES referente a 2020 veio revelar uma maior intensidade da crise económica que a inicialmente apurada no âmbito das estimativas trimestrais, com destaque para dois ramos: alojamento e restauração e transportes e armazenagem", adianta ainda o organismo de estatísticas.

Segundo os novos cálculos do INE, o valor acrescentado bruto do alojamento e restauração sofreu uma revisão em baixa de 13,7 pontos percentuais na sua taxa de variação. A dos transportes e armazenagem levou um corte de sete pontos percentuais. Nestes dois setores, o dados sugerem que "em muitas empresas, para preservar a capacidade de produção instalada, sob a hipótese que a crise seria temporalmente limitada, a expressiva redução da produção não foi proporcionalmente transmitida às despesas de funcionamento", adianta o reporte.

A alteração nas contas da produção por setor de atividade também teve impacto no apuramento do PIB na ótica da despesa. Os novos dados mostram que as famílias consumiram menos em 2020 do que o inicialmente estimado, houve também menos investimento do que se tinha calculado e as importações foram também mais baixas.

Défice de 2020 foi mais alto, peso da dívida também
Outra revisão de contas apresentada esta quinta-feira pelo INE tem que ver com o apuramento do défice orçamental do ano passado. Na notificação que o organismo de estatísticas enviou para o Eurostat, apura o défice de 2020 em 5,8% do PIB, mais uma décima do que o que tinha sido reportado até agora. O reporte mostra um agravamento do défice de 183,1 milhões de euros.

Também o apuramento da dívida foi modificado: em vez de 133,6% do PIB, o INE reporta agora 135,2%. Mas esta alteração explica-se pela modificação do valor do PIB, uma vez que a dívida apurada na ótica de Maastricht se mantém praticamente inalterada, em 270.490,6 milhões de euros (na primeira notificação deste ano, o INE tinha reportado 270.491,7 milhões de euros).

(Notícia atualizada às 14:07 com mais informação)
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